quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

2º Domingo da Quaresma - Ano B - Quaresma e a Transfiguração do Senhor Marcos 9.2-10


2º Domingo da Quaresma
Quaresma e a Transfiguração do Senhor
Marcos 9.2-10

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No Segundo domingo da Quaresma, o Evangelho lido nos apresenta o tema da Transfiguração do Senhor Jesus. Tudo indica que foi no Monte Tabor que ocorreu a Transfiguração. O Monte Tabor é uma alta colina da Galiléia, próximo ao vale de Jizreel, 17 km Mar da Galileia, com o topo de 575 metros acima do nível do mar.
No Evangelho de Marcos, a Transfiguração do Senhor é o Centro. É o momento de preparação dos discípulos para a Paixão e ressurreição do Senhor. Foi um breve Retiro Espiritual que preparou os três discípulos para a caminhada da cruz e da ressurreição. Esta é a caminhada que desejamos fazer nesta Quaresma.
Observe os detalhes do Texto:

I. Jesus não levou todos ao Monte.
 “2   Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro, Tiago e João e levou-os sós, à parte, a um alto monte”.
Jesus tinha doze apóstolos e vários discípulos e discípulas. Mas escolheu apenas três para a experiência da Transfiguração. Pedro deveria ser preparado para ser o primeiro pastor da Igreja, Tiago seria o primeiro apóstolo mártir e João seria o último apóstolo a morrer. Estes três apóstolos pertenciam ao grupo mais íntimo de Jesus. Seriam os líderes no momento de caminhada da igreja. Jesus estava preparando seus principais líderes. Como líderes, tiveram que ter uma forte experiência com o Senhor Jesus.

II. O milagre da Transfiguração
2 ...Foi transfigurado diante deles; 3   as suas vestes tornaram-se resplandecentes e sobremodo brancas, como nenhum lavandeiro na terra as poderia alvejar.
Os Evangelhos apresentam a crise ocorrida antes da Transfiguração. Marcos 8.27 a 30 apresenta Pedro, usado pelo Espírito Santo, confessando que Jesus era o Cristo. Mas quando Jesus começa a predizer sua morte e ressurreição, Pedro é usado por Satanás para reprovar Jesus (Mc 8.31-33). O Senhor percebe uma crise. A subida ao Monte Tabor foi para que os três líderes pudessem ter um Encontro com o sobrenatural de Jesus. A Transfiguração demonstrou que Jesus era além de um líder religioso e político. Ele era verdadeiramente o Filho de Deus. Esta manifestação gloriosa da Transfiguração fortaleceu os discípulos para o momento da crise que viria com a paixão de Cristo e apontou para sua bendita ressurreição e ascensão.

III. A Confirmação de Elias e Moisés
4   Apareceu-lhes Elias com Moisés, e estavam falando com Jesus.
Lucas 9.29 -31 diz que a Transfiguração começou quando o Senhor começou a orar. Neste momento apareceram em glória (foi uma visão do céu) Moisés e Elias e falavam de sua partida e de seu ministério em Jerusalém (sofrimento, morte e ressurreição).
 Moisés representa a Lei do Antigo Testamento e Elias representa os Profetas. A Lei e os Profetas (O Antigo Testamento) testemunham da morte e ressurreição do Senhor. A Morte do Senhor não seria uma tragédia na história de Cristo, mas um plano de Deus para nos salvar. Um plano confirmado pelas páginas do Antigo Testamento.

IV. A sugestão de Pedro
5   Então, Pedro, tomando a palavra, disse: Mestre, bom é estarmos aqui e que façamos três tendas: uma será tua, outra, para Moisés, e outra, para Elias. 6  Pois não sabia o que dizer, por estarem eles aterrados.
Diante de tanta alegria e extasiado pelo sobrenatural, o texto diz que Pedro não sabia o que falar. Não era a vontade de Deus uma cabana para conservar o êxtase do momento. O importante era dar continuidade na salvação e libertação das vidas. As vidas precisariam ser transfiguradas pela mensagem do Evangelho. No monte estava a glória e no pé do monte estava um pai desesperado com um filho possesso pelo diabo (Mc 9.37-39).

V. A Confirmação do Pai.
7   A seguir, veio uma nuvem que os envolveu; e dela uma voz dizia: Este é o meu Filho amado; a ele ouvi.
Na primeira vez que o Pai chamou Jesus de Filho amado foi no seu Batismo (Mc 1.11). Agora os discípulos ouviram novamente este carinho do Pai pelo Filho. A Santíssima Trindade vive em perfeita unidade de amor. Por isso Deus é Amor. Os discípulos perceberiam mais tarde que o sofrimento e morte de Jesus não foram por falta de amor do Pai. Mas seguia um propósito para a nossa salvação.  A voz do Monte da Transfiguração se dirigia aos apóstolos: Este é o meu Filho amado, a ele ouvi. Foi uma confirmação do céu. Esta experiência reacendeu a fé dos apóstolos. O próprio Pai mandou ouvir o Filho. O pai confirma o ministério do Filho. O Filho estava na plena Vontade do Pai. O Pai e o Filho eram um.

VI. Uma preparação para a Paixão e Páscoa do Senhor.
 8   E, de relance, olhando ao redor, a ninguém mais viram com eles, senão Jesus. 9   Ao descerem do monte, ordenou-lhes Jesus que não divulgassem as coisas que tinham visto, até o dia em que o Filho do Homem ressuscitasse dentre os mortos. 10  Eles guardaram a recomendação, perguntando uns aos outros que seria o ressuscitar dentre os mortos.
Esta experiência era uma preparação espiritual para os três discípulos entenderem a Paixão, Morte e ressurreição do Senhor Jesus. Foi um momento de “Quaresma” para a semana santa na vida dos discípulos.
Mas tarde Pedro vai fazer menção da sua experiência no Monte da Transfiguração (II Pe 1.16-21).

Conclusão:
            Pedro, Tiago e João foram Transfigurados pela experiência que tiveram no Monte. Somos discípulos e discípulas do Senhor. Devemos buscar uma experiência progressiva com Cristo. Precisamos ser transfigurados por Cristo.  Na crise, nossa ancora é nossa fé em Cristo. Em Cristo temos experiências para viver a vida cristã plena e trabalhar em prol dos que sofrem.
Devemos nos posicionar como instrumento de Deus: Eis-me aqui Senhor Envia-me a mim!

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

1º Domingo da Quaresma - Ano B

1º Domingo da Quaresma
Quaresma: A Tentação do Senhor Jesus
Marcos 1.12-15

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No primeiro Domingo da Quaresma o Evangelho trata da tentação sofrida pelo Senhor Jesus. Marcos é breve. Lucas e Mateus trazem mais pormenores da tentação. Apesar de ser breve, o Evangelho de Marcos é rico em significados. Vamos hoje aprender algumas lições para a nossa Quaresma:

I. Quem levou Jesus ao deserto foi o Espírito de Deus.
Mc 1.12 diz:  “E logo o Espírito o impeliu para o deserto”.
O próprio Espírito de Deus permite e conduz o Senhor Jesus ao deserto.
Na Bíblia o deserto é lugar comum para o homem santo. Moisés vai ao deserto. Elias caminha ao deserto (I Reis 19.4).
Deserto fala de encontro com Deus, mas fala também de encontro com os nossos limites. É baseado em nossos limites e concupiscências (desejos) que somos tentados. Muitas vezes Deus permite a tentação com um propósito que não entendemos.
Tiago diz que o Senhor não tenta ninguém. Somos tentados pelos nossos próprios desejos carnais. Nossa natureza carnal é adubo para as tentações do diabo (Tg 1.12-15).

II. Jesus permanece quarenta dias no Deserto.
Mc 1.13 diz:   “...onde permaneceu quarenta dias...”
A tentação de Jesus tem um limite. Tem um início e tem um fim.
O deserto do Senhor Jesus durou uma quaresma. Assim também Moisés ficou no monte do Senhor uma quaresma. Elias caminhou uma Quaresma até ter um encontro com Deus (I Reis 19.8). O povo de Israel caminhou quarenta anos no deserto. Jonas pregou que em quarenta dias Deus iria destruir Nínive (Jonas 3.1-10).
O número quarenta simboliza tempo de tentação, provação, sofrimento, arrependimento e preparação. Muitas vezes Deus permite quaresmas em nossa vida para o nosso próprio crescimento. O importante é saber que toda luta tem um fim. A palavra final não é a luta nem o sofrimento. A Palavra final é Jesus Cristo, todo-poderoso, o dono da nossa história.

III. Foram Quarenta dias sendo tentado por satanás.
Mc 1.13 diz:   “...onde permaneceu quarenta dias, sendo tentado por Satanás...”
Os Evangelistas Mateus e Lucas descrevem os detalhes da tentação (Mt 4.1-11; Lc 4.1-13):
·         Transformar pedra em Pão (Quebrar o santo jejum);
·         Se jogar para ser sustentado por anjos (tentar Deus)
·         E adorar Satanás em troca do reino do mundo (Trocar Deus pelas coisas materiais, poder e glórias terrenas).
Se Satanás teve a ousadia de tentar o próprio Senhor Jesus, também irá, constantemente nos tentar. O objetivo do diabo é nos tirar do projeto de Deus.
Mateus e Lucas relatam que a resposta de Jesus sempre foi: “Está Escrito...” Diante de qualquer luta, provação ou tentação, devemos citar as promessas da Bíblia e ter a Palavra de Deus como nossa poderosa espada (Ef 6.17).

IV. O Senhor só tinha a companhia das feras.
Marcos diz que ele estava com as feras (1.13). As feras referem-se aos animais que viviam no deserto da Judéia. Infelizmente, em momentos de desertos, alguns amigos desaparecem.
Existem desertos que somente as feras estão ao redor. Isso fala de total isolamento do Senhor no deserto. Ali não estava sua mãe, nem seus amigos. Ele estava sozinho cercado por feras e sendo tentado por Satanás. Nós também podemos passar por esses momentos. Mas precisamos permanecer firmes na fé (Ap 2.10).
  
V. Jesus foi servido por anjos.
Marcos 1.13 diz: “ mas os anjos o serviam”.
O Senhor Jesus teve a assistência dos anjos de Deus. No momento mais difícil de sua vida, os anjos sempre estiveram presentes.
O cristão também tem a assistência dos anjos de Deus diariamente (Sl 34.7). Pela graça do Senhor Jesus, nunca estamos sós. Deus envia seus anjos para trazer o conforto, o livramento e a direção. Graças a Deus, o ministério dos anjos é uma verdade na vida do cristão.

Conclusão:
Após a tentação, o Senhor Jesus fica sabendo que João Batista estava preso e decide ir para a Galiléia. (Mc 1.14). Na Galiléia o Senhor prega o Evangelho de Deus dizendo: “O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo; arrependei-vos e crede no evangelho” (Mc 1.15).
Esta é a mensagem da Quaresma: Arrependimento e fé no Evangelho.

Quaresma é tempo de jejum, arrependimento e conversão. É tempo de reafirmar nossa total fé no Senhor Jesus. Quem crê não foge.

6º Domingo Comum - Ano B

6º Domingo Comum
A Lepra Espiritual
Marcos 1.40-45


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As Sagradas Escrituras de hoje nos falam sobre a lepra espiritual. O pecado é uma doença incurável assim como era a lepra no período bíblico. Mas a Graça do Senhor nos alcançou e hoje somos livres para fazer diferença no mundo de tantas contradições, injustiças e pecados.

I. A Lepra - Levíticos 13.1,2,44-46
            Levíticos diz que o homem com lepra deveria ser levado ao sacerdote e considerado imundo. Suas vestes eram rasgadas e o próprio leproso deveria cobrir o bigode e clamar: imundo! Imundo! Como imundo habitaria só e fora do arraial.
            Não era uma prática que visava a exclusão, mas a proteção da própria população. A lepra era incurável.
            Hoje o mundo está doente pela lepra espiritual do pecado. A iniquidade torna o homem imundo, solitário e excluído da presença do arraial de Deus. Todo resultado do pecado é a morte (Romanos 6.23).
           
II. A Lepra do Espírito - Salmo 32.1-2,5,11.
A iniquidade é a lepra do espírito. O Salmista diz que aquele que tem os pecados perdoados é bem-aventurado. O maior milagre é o perdão completo que Cristo nos dá.
Mas só existe um caminho para a purificação dos pecados: a confissão (5). Enquanto o ser humano não for capaz de aceitar sua condição de pecador e confessar suas mazelas a Deus, nunca será curado da lepra espiritual.
 Quando o homem recebe o perdão dos pecados sua vida se enche de alegria (11). Este é o caminho para a verdadeira felicidade; ter os pecados perdoados mediante a graça do Senhor Jesus.

II. A vida do cristão purificado da lepra - I Coríntios 10.31- 11.1
Uma vez que fomos perdoados e limpos da lepra espiritual, precisamos agora viver como pessoas renovadas. Paulo diz que aquele que foi limpo deve fazer tudo para a glória de Deus (31). Não podemos ser tropeço para os outros (32) Antes, devemos buscar o interesse dos outros para que sejam salvos (33). Para isso, é necessário imitar os servos de Deus que são verdadeiros imitadores de Cristo. (I Co 11.1).
Nossa vida precisa ser totalmente diferente. Cristãos que se comportam como os leprosos espirituais, nunca irão fazer diferença e ainda serão escândalos para a igreja de Cristo.

IV. Jesus é a Solução para o Leproso - Marcos 1.40-45
O Evangelho diz que um leproso aproximou-se de Jesus e pediu (40): “Se quiseres, podes purificar-me”.
Jesus com compaixão toca-lhe e diz: (41): “Quero, fica limpo!” O leproso no mesmo instante ficou limpo.
Jesus adverte para não dizer a ninguém, contudo ele desobedeceu e (45) “entrou a propalar muitas coisas e a divulgar a notícia, a ponto de não mais poder Jesus entrar publicamente em qualquer cidade, mas permanecia fora, em lugares ermos”.
Jesus curou o que era impossível para os homens curar. Por isso não existe pecador que não possa ser alcançado pela graça de Deus. Todos podem ser salvos.
Contudo a nossa salvação precisa ser vivenciada na obediência. O leproso foi curado pelo Senhor, mas não obedeceu as suas palavras.
A salvação completa está em ser salvo e viver a salvação todos os dias através da obediência. Precisamos desenvolver a nossa salvação (Filipenses 2.12).

Conclusão:
O pecado é uma terrível lepra no espírito humano. Somente Jesus Cristo pode resolver este problema. Devemos levar o amor de Cristo e o Evangelho da Salvação a todas as pessoas. Nossa tarefa é ser imitadores de Cristo para que o mundo veja a nossa vida e creia no Jesus que nos transformou.


Oração
Liberta-nos, ó Deus, da escravidão de nossos pecados e concede-nos a liberdade daquela vida abundante que nos fizeste conhecer em teu Filho Jesus Cristo, nosso Salvador, o qual vive e reina contigo e com o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.