4º Domingo da Quaresma
De Volta a Casa
do Pai
Lucas 15.1-3, 11-32
O
Evangelho de hoje convida-nos à descoberta do Deus do amor, empenhado em
conduzir-nos a uma vida de comunhão com Ele. Apresenta-nos o Deus/Pai
que ama de forma gratuita, com um amor fiel e eterno, apesar das escolhas
erradas e da irresponsabilidade do filho rebelde. E esse amor lá está, sempre à
espera, sem condições, para acolher e abraçar o filho que decide voltar. É um
amor entendido na linha da misericórdia e não na linha da justiça dos homens.
I. Leitura do Evangelho (O que o texto diz?). O que relata o texto do Evangelho?
O início do Evangelho de hoje, apresenta todos os publicanos e pecadores
se aproximando de Jesus para ouvi-lo. O Jesus misericordioso acolhe a todos.
Publicano era o judeu que, traindo sua nação, trabalhava para o Império
Romano cobrando impostos, praticando a corrupção e o extorquindo o dinheiro dos
mais pobres.
Pecadores
eram os judeus que foram para a prostituição, roubo e imoralidades.
Todo
o capítulo 15 é dedicado ao ensinamento sobre a misericórdia: em três
parábolas, Lucas apresenta um discipulado sobre a bondade e o amor de um Deus
que quer estender a mão a todos os que a teologia oficial excluía e
marginalizava.
O
ponto de partida é a murmuração dos fariseus e dos escribas que, diante da
avalanche de publicanos e pecadores que escutam Jesus, comentam: “este homem
acolhe os pecadores e come com eles”.
Acolher
os publicanos e pecadores é algo de escandaloso, na perspectiva dos fariseus;
no entanto, comer com eles, estabelecer laços de familiaridade e de irmandade
com eles à volta da mesa, é algo de inaudito.
A
conclusão dos fariseus é óbvia: Jesus não pode vir de Deus, pois na perspectiva
da doutrina tradicional, os pecadores não podem aproximar-se de Deus. É
neste contexto que Jesus apresenta a “parábola do filho pródigo”.
O pecador é o filho mais novo que não
valorizou a casa do Pai. Ele simplesmente diz (12): “Pai, dá-me a parte dos
bens que me cabe”. Deixa a casa do Pai, perde todos os seus bens (13), passa
necessidade (14) e vai trabalhar cuidando de porcos (15). Não é digno nem de
comer a comida dos porcos (16). Na lei hebraica o porco é animal imundo, símbolo
de desgraça e da contaminação (conforme Levíticos 11.7,8).
Contudo, o pecador sente necessidade
de voltar para a casa do Pai. Percebe o que perdeu (17): “Quantos trabalhadores
de meu pai têm pão com fartura, e eu aqui morro de fome”!
Com humildade, o pecador reconhece o
seu pecado (18) e deseja apenas voltar para a casa do Pai para ser um mero
trabalhador (19).
O Pai é Deus. O Pai das
Misericórdias. É o Senhor Jesus que acolhe e come com os pecadores. O Pai o
avista, fica compadecido, corre, o abraça e o beija (20).
O rapaz pecador confessa seu pecado
e aceita seu estado de filho sem nenhum direito (21).
O Pai misericordioso não faz
cobranças nem levanta culpas. Apenas o perdoa com as seguintes palavras (22-24):
“Trazei depressa a melhor roupa, vesti-o, ponde-lhe um anel no dedo e sandálias
nos pés; trazei também e matai o novilho cevado. Comamos e regozijemo-nos, porque
este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado”.
O filho mais velho são os fariseus e
escribas. Ele fica indignado com a acolhida do Pai que recebe o pecador e come
com ele (28). Ele diz ao Pai (29,30): “Há tantos anos que te sirvo sem jamais
transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito sequer para alegrar-me
com os meus amigos; vindo, porém, esse teu filho, que desperdiçou os teus bens
com meretrizes, tu mandaste matar para ele o novilho cevado”.
Os escribas e fariseus não
conseguiam se alegrar com a aproximação dos pecadores arrependidos. A resposta
de Jesus para os religiosos foi colocada na boca do Pai da parábola (32): “...era
preciso que nos regozijássemos e nos alegrássemos, porque esse teu irmão estava
morto e reviveu, estava perdido e foi achado”.
Esta alegria de Jesus é demonstrada também
ao final da parábola da ovelha perdida (4-6):
6 “E, indo para casa, reúne os amigos e vizinhos, dizendo-lhes:
Alegrai-vos comigo, porque já achei a minha ovelha perdida”. E ao final da
parábola da dracma perdida (8-10): “9 E, tendo-a achado, reúne as amigas e
vizinhas, dizendo: Alegrai-vos comigo, porque achei a dracma que eu tinha
perdido”.
Jesus deixa claro para os religiosos
(7): “Digo-vos que, assim, haverá maior júbilo no céu por um pecador que se
arrepende do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento”.
II.
Meditação do Evangelho (o que o texto me diz?): O que Deus falou com você neste
Evangelho?_______________________________________________________
·
Preciso me perguntar sempre: Tenho valorizado a Casa
do Pai?
·
Nenhum prazer ou dinheiro pode ser comparado com a
Casa do Pai. Estar na Casa do Pai é maior riqueza.
·
Jesus acolheu pecadores arrependidos. Preciso estar
disposto em acolher a todos que desejam o perdão de Deus. Sem fazer acepção de
pessoas.
·
A miséria do filho pródigo é a miséria de todos os
que um dia se desviaram da casa do Pai.
·
O filho se arrepende e volta. Você precisa se
arrepender e voltar hoje para o Senhor?
·
O Pai o recebe como filho. Temos um Pai de amor que
nos acolhe mesmo depois do nosso pecado. O caminho de volta está no
arrependimento sincero.
·
Deus sempre faz festa com aquele que volta para
casa.
·
Não posso ser como o filho mais velho. Tenho que
ser misericordioso assim como o Pai é misericordioso.
·
O filho mais velho não valorizava o que tinha e não
era feliz com a volta dos pecadores. Precisamos nos alegrar com os desviados
que retornam para a casa do Senhor.
·
Precisamos ser parecidos com o Pai. (Lc 6.36): “Sede misericordiosos para com os outros, assim como vosso
Pai é misericordioso para convosco”.
III.
Orando o Evangelho (O que digo a Deus?): ______________________________
Senhor. Nos
de um coração misericordioso para acolher todos que desejam voltar para a Casa
do Pai. Perdoa nossos pecados. Muitas vezes a religião e as tradições dos
homens nos faz ficar com o coração duro para receber quem deseja voltar para
Tua Casa. Também Senhor, se estamos desviados de Sua casa, nos receba de volta
neste dia. Desejamos estar com o Pai. Nunca queremos deixar seu caminho e sua
casa novamente. Por Jesus Cristo misericordioso, na unidade do Espírito Santo.
Um só Deus agora e sempre. Amém.
IV.
Qual o compromisso que assumirei depois desta meditação na Palavra de Deus? _
Conclusão:
Hoje aprendemos sobre o amor misericordioso do Pai. Precisamos trabalhar
para trazer de volta todos os filhos pródigos que estão fora da Casa do Pai,
sofrendo e rolando entre os porcos. Que sejamos parecidos com o Senhor Jesus
que acolhe e come com pecadores arrependidos. Que possamos nos alegrar com os
que retornam, sem fazer cobranças ou gerar culpas. Você tem trabalhado para
trazer vidas a Casa do
Pai?