18º
Domingo Comum
A Motivação Certa
João 6.24-35
O
Evangelho do domingo passado nos contou como Jesus alimentou a multidão com
cinco pães e dois peixes, na “outra” margem do Lago de Tiberíades (Jo 6.1-15).
Ao “cair da tarde” desse mesmo dia, Jesus e os discípulos voltaram a Cafarnaum
(Jo 6.16-21).
O
episódio que o Evangelho de hoje nos apresenta situa-nos em Cafarnaum, no “dia
seguinte” ao episódio da multiplicação dos pães e dos peixes.
Nessa
manhã, a multidão ainda estava do “outro lado” do lago, apercebeu-se de que
Jesus tinha regressado a Cafarnaum e dirigiu-se ao seu encontro.
A
multidão encontra Jesus na sinagoga de Cafarnaum – uma cidade situada na margem
ocidental do Lago. Confrontado com a multidão, Jesus profere um discurso (Jo 6.22-59)
que explica o sentido do gesto realizado (a multiplicação dos pães e dos
peixes).
I.
Leitura do Evangelho (O que o texto diz?)
O que relata o texto do Evangelho?_______
A
cena inicial (v24) parece sugerir, à primeira vista, que a pregação de Jesus
alcançou um êxito total: a multidão está entusiasmada, procura Jesus com afã e
segue-O para todo o lado. Aparentemente, a missão de Jesus não podia correr
melhor.
Contudo,
Jesus percebe facilmente que a multidão está equivocada e que O procura pelas
razões erradas (não pelo Sinal Espiritual, mas pelo pão material).
Na
verdade, a multiplicação dos pães e dos peixes pretendeu ser, por parte de
Jesus, um sinal de que Ele era o Messias (um novo Moisés, o profeta anunciado),
mas a multidão não foi sensível ao significado profético do gesto e só percebeu
que Jesus podia oferecer-lhe, de forma gratuita, pão em abundância.
Assim,
o fato de a multidão procurar Jesus e se dirigir ao seu encontro não significa
que tenha crido em sua missão messiânica; significa, apenas, que viu em Jesus
um modo fácil e barato de resolver os seus problemas materiais.
Jesus
está consciente de que é preciso desfazer, quanto antes, esse mal-entendido.
Por isso, nem sequer responde à pergunta inicial que Lhe põem (“Mestre, quando
chegaste aqui?” – vers. 25); mas, mal se encontra diante da multidão, procura
esclarecer coisas bem mais importantes do que a hora da sua chegada a
Cafarnaum…
As
palavras que Jesus dirige àqueles que O rodeiam põem o problema da seguinte
forma: eles não procuram Jesus, mas procuram a resolução dos seus problemas
materiais (v26). Trata-se de uma procura interesseira e egoísta, que é
absolutamente contrária à mensagem que Jesus procurou passar-lhes.
Depois de identificar o problema, Jesus
deixa-lhes um aviso: é preciso esforçar-se por conseguir, não só o alimento que
mata a fome física, mas sobretudo o alimento que sacia a fome espiritual. A
multidão, ao preocupar-se apenas com a procura do alimento material, está a
esquecer o essencial – o alimento que dá vida definitiva.
Esse
alimento que dá a vida eterna é o próprio Jesus que o traz (27).
O que é preciso fazer para receber esse pão? – pergunta-se a multidão (28). A
resposta de Jesus é clara: é preciso acreditar que Jesus foi enviado pelo Pai
como o Messias (29).
Na
cena da multiplicação dos pães, a multidão não aderiu ao Jesus Messias; apenas
correu atrás do profeta milagreiro que distribuía pão e peixes gratuitamente e
em abundância…
Por
que é que Jesus não realiza um gesto espetacular – como Moisés, que fez chover
do céu o maná, não apenas para cinco mil pessoas, mas para todo o Povo e de
forma continuada – para provar que a proposta que Ele faz é verdadeiramente uma
proposta geradora de vida (31)?
Jesus
responde pondo a questão da seguinte forma: o maná foi um dom de Deus para
saciar a fome material do seu Povo; mas o maná não é esse “pão” que sacia a
fome de vida eterna do homem. Só Deus dá aos homens, de forma contínua, a vida
eterna; e esse dom do Pai não veio ao encontro dos homens através de Moisés,
mas através de Jesus (32-33).
Portanto,
o importante não é testemunhar gestos espetaculares, que deslumbram e
impressionam, mas não mudam nada; mas é acolher a proposta que Jesus faz e
vivê-la nos gestos simples de todos os dias.
A
última frase do nosso texto identifica o próprio Jesus, já não com o “portador”
do pão, mas como o próprio pão que Deus quer oferecer ao seu Povo para lhe
saciar a fome e a sede de vida eterna (35).
II. Meditação do Evangelho (o que o texto me diz?)
O
que Deus falou com você neste Evangelho? ________________
·
A
multidão estava entusiasmada porque entendeu o sinal de Jesus de forma errada.
Precisamos vigiar a nossa vida e as nossas motivações. Muitas vezes estamos
equivocados. Buscamos em Jesus apenas os bens para este mundo sem a devida
preocupação com a salvação e a vida eterna.
·
O Jesus
sabia da motivação errada das multidões. Ele conhece a verdade do nosso coração
e sabe se procuramos a salvação eterna ou apenas entretenimento religioso.
·
Muitas
vezes não percebemos os sinais de Deus em nossa vida e tomamos atitudes
erradas. Precisamos vigiar nossos sentimentos e percepções.
·
Nem todos
que procuram Jesus, o procuram para alcançar a vida eterna e ter uma vida em
santidade. Procuram apenas pelos benefícios terrenos.
·
Precisamos
fazer as seguintes perguntas: Estamos procurando fazer a vontade de Deus ou
caçando os nossos próprios interesses?
·
Devemos
buscar saciar a fome material e a cura para as nossas enfermidades, sem
esquecer o essencial que é a nossa santidade e a nossa salvação eterna.
·
Mais
importante do que comer o pão multiplicado, é comer o Pão do Céu que é o
próprio Jesus.
·
Temos uma
fome espiritual que o pão multiplicado nunca poderá saciar.
III. Orando o Evangelho (O que digo a Deus?)
Faça uma oração baseada no Evangelho
meditado:_____________
Senhor.
Desejamos te seguir como o nosso Pão que veio do Céu. Que a nossa fome seja
fazer a Tua vontade. Que nosso seguimento não seja por interesses terrenos e
mundanos, mas que desejamos, em todo o tempo, fazer a tua vontade e viver em
santidade. Retira as motivações erradas do nosso coração e estabeleça o
princípio de honra ao Pão vivo que desceu do céu. Que não estejamos te seguindo
pelos benefícios materiais e terrenos, mas por causa da mensagem transformadora
do Seu Evangelho. Por Jesus Cristo, nosso Pão Espiritual, na comunhão com o
Espírito Santo. Amém.
IV. Qual o compromisso que assumirei depois desta
meditação na Palavra de Deus?
_________________________________________
Conclusão:
Hoje, muitas igrejas evangélicas
promovem a motivação errada. Multidões estão seguindo Jesus, não pelo seu
messianismo, mas pelo pão que perece. Podemos levar a cura divina e a solução
de Deus para todos os problemas, mas precisamos apontar para a vida eterna e
para a santidade que Ele tem a nos ofertar. Que sejamos discípulos guiados pela
motivação que agrada o coração de Jesus.