domingo, 27 de março de 2022

5º Domingo da Quaresma - Ano C

 



5º Domingo da Quaresma

Tempo de Nova Oportunidade

João 8.1-11

 

O Evangelho de hoje apresenta a lógica de Deus e a nova oportunidade que Ele nos dá para recomeçarmos. A lógica de Deus não é uma lógica de morte, mas uma lógica de vida; a proposta que Deus faz aos homens através de Jesus não passa pela eliminação dos que erram, mas por um convite à vida nova, à conversão, à transformação, à libertação de tudo o que oprime e escraviza.

O Evangelho põe em relevo, por outro lado, a intransigência e a hipocrisia do homem, sempre disposto a julgar e a condenar os outros. Jesus denuncia, aqui, a lógica daqueles que se sentem perfeitos e autossuficientes, sem reconhecerem que estamos todos a caminho e que, enquanto caminhamos, somos imperfeitos e limitados. Somos convidados a assumir para com os nossos irmãos a tolerância e a misericórdia que Deus tem para com todos os homens e mulheres.


I. Leitura do Evangelho (O que o texto diz?). O que relata o texto do Evangelho? _____________

O Senhor Jesus está no Templo pela manhã. É trazida pelos escribas e fariseus uma mulher surpreendida em adultério. Eles dizem a Jesus (4,5): “Mestre, esta mulher foi apanhada em flagrante adultério. E na lei nos mandou Moisés que tais mulheres sejam apedrejadas; tu, pois, que dizes”?

De acordo com Lv 20,10 e Dt 22,22-24, a mulher devia ser morta. A Lei deve ser aplicada? É este problema que é apresentado a Jesus.

Os Escribas e fariseus desejam apenas uma coisa: tentar Jesus (6) “para terem de que o acusar”.

Para os escribas e fariseus, trata-se de uma oportunidade de ouro para testar a ortodoxia de Jesus e a sua fidelidade às exigências da Lei; mas, para Jesus, trata-se de revelar a atitude de Deus frente ao pecado e ao pecador.

Apresentada a questão, Jesus não procura ignorar o pecado ou desculpar o comportamento da mulher. Ele sabe que o pecado não é um caminho aceitável, pois gera infelicidade e rouba a paz. Sabe que a mulher transgrediu a Lei de Deus. No entanto, também não aceita pactuar com a motivação dos homens que usam da Lei para justificar a morte.

Porque os esquemas de Deus são diferentes dos esquemas dos homens, Jesus fica em silêncio durante uns momentos e escreve no chão, como se pretendesse dar tempo aos participantes da cena para perceber aquilo que estava em causa.

Finalmente, convida os acusadores a tomar consciência de que o pecado é uma consequência dos nossos limites e fragilidades e que Deus entende isso: “quem de vós estiver sem pecado, atire a primeira pedra”.

Ele continua a escrever no chão, à espera que os acusadores da mulher interiorizem a lógica de Deus – a lógica da tolerância e da compreensão.

Os religiosos refletem e, envergonhados, se retiram.  

Quando eles se retiram, Jesus nem sequer pergunta à mulher se ela está ou não arrependida: convida-a, apenas, a seguir um caminho novo, de liberdade e de paz.

O Evangelho diz que erguendo-se Jesus e não vendo a ninguém mais além da mulher, perguntou-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? Respondeu ela: Ninguém, Senhor! Então, lhe disse Jesus: Nem eu tampouco te condeno; vai e não peques mais (10,11).

 

II. Meditação do Evangelho (o que o texto me diz?): O que Deus falou com você neste Evangelho?______________________________

·         Preciso tomar cuidado para que o meu zelo não seja inimigo da misericórdia.

·         Preciso aprender a ler a Palavra de Deus com os olhos misericordiosos do Senhor Jesus.

·         Tenho que ter a simplicidade do Senhor e calma diante dos desafios que me são apresentados.

·         Preciso ter a graça de refletir e interiorizar as palavras do Senhor.

·         Será que existem pedras em minhas mãos hoje?

·         A misericórdia do Senhor não é motivo para que eu volte a pecar. Jesus está dizendo hoje: Vá e não peques mais.

·         Tenho a graça de não mais voltar ao pecado. Ele fala dessa possibilidade para a mulher.

·         Preciso aproveitar as novas oportunidades que Deus tem me dado hoje. Posso ser melhor. Posso acertar. Posso andar para frente. Posso ser santo no Senhor. Ele pode fazer isso em minha vida.

 

III. Orando o Evangelho (O que digo a Deus?): _

Senhor. Desejo retirar as pedras das minhas mãos. Quero aprender com o Senhor Jesus a ser misericordioso e a dar novas oportunidades para que o pecador venha se levantar e caminhar em nova vida. Desejo aproveitar as oportunidades para viver em santidade. Creio que no Senhor posso começar de novo e ser santo. Ajude-me a ir e não pecar mais. Santifica meus relacionamentos. Que eu seja santo e misericordioso assim como é o Senhor. Por Jesus Cristo, nosso Senhor na unidade do Espírito Santo. Um só Deus agora e sempre. Amém.

 

IV. Qual o compromisso que assumirei depois desta meditação na Palavra de Deus? _______

 

Conclusão:

O Evangelho de hoje falou sobre nova oportunidade e a lógica de Deus. Precisamos ser santos andando na nova oportunidade que Jesus nos dá. Mas precisamos também ser misericordiosos na lógica de Jesus. Nada pode justificar nossa falta de amor para com o nosso irmão. Nada justifica as pedras que frequentemente temos em nossas mãos. Que o Senhor nos ajude a ser parecidos com Jesus.

terça-feira, 22 de março de 2022

Evangelho do 4º Domingo da Quaresma - Ano C

 


4º Domingo da Quaresma

De Volta a Casa do Pai

Lucas 15.1-3, 11-32

 

O Evangelho de hoje convida-nos à descoberta do Deus do amor, empenhado em conduzir-nos a uma vida de comunhão com Ele. Apresenta-nos o Deus/Pai que ama de forma gratuita, com um amor fiel e eterno, apesar das escolhas erradas e da irresponsabilidade do filho rebelde. E esse amor lá está, sempre à espera, sem condições, para acolher e abraçar o filho que decide voltar. É um amor entendido na linha da misericórdia e não na linha da justiça dos homens.

 

I. Leitura do Evangelho (O que o texto diz?). O que relata o texto do Evangelho?

O início do Evangelho de hoje, apresenta todos os publicanos e pecadores se aproximando de Jesus para ouvi-lo. O Jesus misericordioso acolhe a todos.

Publicano era o judeu que, traindo sua nação, trabalhava para o Império Romano cobrando impostos, praticando a corrupção e o extorquindo o dinheiro dos mais pobres.

Pecadores eram os judeus que foram para a prostituição, roubo e imoralidades.

Todo o capítulo 15 é dedicado ao ensinamento sobre a misericórdia: em três parábolas, Lucas apresenta um discipulado sobre a bondade e o amor de um Deus que quer estender a mão a todos os que a teologia oficial excluía e marginalizava.

O ponto de partida é a murmuração dos fariseus e dos escribas que, diante da avalanche de publicanos e pecadores que escutam Jesus, comentam: “este homem acolhe os pecadores e come com eles”.

Acolher os publicanos e pecadores é algo de escandaloso, na perspectiva dos fariseus; no entanto, comer com eles, estabelecer laços de familiaridade e de irmandade com eles à volta da mesa, é algo de inaudito.

A conclusão dos fariseus é óbvia: Jesus não pode vir de Deus, pois na perspectiva da doutrina tradicional, os pecadores não podem aproximar-se de Deus. É neste contexto que Jesus apresenta a “parábola do filho pródigo”.

            O pecador é o filho mais novo que não valorizou a casa do Pai. Ele simplesmente diz (12): “Pai, dá-me a parte dos bens que me cabe”. Deixa a casa do Pai, perde todos os seus bens (13), passa necessidade (14) e vai trabalhar cuidando de porcos (15). Não é digno nem de comer a comida dos porcos (16). Na lei hebraica o porco é animal imundo, símbolo de desgraça e da contaminação (conforme Levíticos 11.7,8).

            Contudo, o pecador sente necessidade de voltar para a casa do Pai. Percebe o que perdeu (17): “Quantos trabalhadores de meu pai têm pão com fartura, e eu aqui morro de fome”!

            Com humildade, o pecador reconhece o seu pecado (18) e deseja apenas voltar para a casa do Pai para ser um mero trabalhador (19).

            O Pai é Deus. O Pai das Misericórdias. É o Senhor Jesus que acolhe e come com os pecadores. O Pai o avista, fica compadecido, corre, o abraça e o beija (20).

            O rapaz pecador confessa seu pecado e aceita seu estado de filho sem nenhum direito (21).

            O Pai misericordioso não faz cobranças nem levanta culpas. Apenas o perdoa com as seguintes palavras (22-24): “Trazei depressa a melhor roupa, vesti-o, ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés; trazei também e matai o novilho cevado. Comamos e regozijemo-nos, porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado”.

            O filho mais velho são os fariseus e escribas. Ele fica indignado com a acolhida do Pai que recebe o pecador e come com ele (28). Ele diz ao Pai (29,30): “Há tantos anos que te sirvo sem jamais transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito sequer para alegrar-me com os meus amigos; vindo, porém, esse teu filho, que desperdiçou os teus bens com meretrizes, tu mandaste matar para ele o novilho cevado”.

            Os escribas e fariseus não conseguiam se alegrar com a aproximação dos pecadores arrependidos. A resposta de Jesus para os religiosos foi colocada na boca do Pai da parábola (32): “...era preciso que nos regozijássemos e nos alegrássemos, porque esse teu irmão estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado”.

            Esta alegria de Jesus é demonstrada também ao final da parábola da ovelha perdida  (4-6): 6 “E, indo para casa, reúne os amigos e vizinhos, dizendo-lhes: Alegrai-vos comigo, porque já achei a minha ovelha perdida”. E ao final da parábola da dracma perdida (8-10): “9 E, tendo-a achado, reúne as amigas e vizinhas, dizendo: Alegrai-vos comigo, porque achei a dracma que eu tinha perdido”.

            Jesus deixa claro para os religiosos (7): “Digo-vos que, assim, haverá maior júbilo no céu por um pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento”.

 

II. Meditação do Evangelho (o que o texto me diz?): O que Deus falou com você neste Evangelho?______________________________

 

·         Preciso me perguntar sempre: Tenho valorizado a Casa do Pai?

·         Nenhum prazer ou dinheiro pode ser comparado com a Casa do Pai. Estar na Casa do Pai é maior riqueza.

·         Jesus acolheu pecadores arrependidos. Preciso estar disposto em acolher a todos que desejam o perdão de Deus. Sem fazer acepção de pessoas.

·         A miséria do filho pródigo é a miséria de todos os que um dia se desviaram da casa do Pai.

·         O filho se arrepende e volta. Você precisa se arrepender e voltar hoje para o Senhor?

·         O Pai o recebe como filho. Temos um Pai de amor que nos acolhe mesmo depois do nosso pecado. O caminho de volta está no arrependimento sincero.

·         Deus sempre faz festa com aquele que volta para casa.

·         Não posso ser como o filho mais velho. Tenho que ser misericordioso assim como o Pai é misericordioso.

·         O filho mais velho não valorizava o que tinha e não era feliz com a volta dos pecadores. Precisamos nos alegrar com os desviados que retornam para a casa do Senhor.

·         Precisamos ser parecidos com o Pai. (Lc 6.36): “Sede misericordiosos para com os outros, assim como vosso Pai é misericordioso para convosco”.

 

III. Orando o Evangelho (O que digo a Deus?): _

            Senhor. Nos de um coração misericordioso para acolher todos que desejam voltar para a Casa do Pai. Perdoa nossos pecados. Muitas vezes a religião e as tradições dos homens nos faz ficar com o coração duro para receber quem deseja voltar para Tua Casa. Também Senhor, se estamos desviados de Sua casa, nos receba de volta neste dia. Desejamos estar com o Pai. Nunca queremos deixar seu caminho e sua casa novamente. Por Jesus Cristo misericordioso, na unidade do Espírito Santo. Um só Deus agora e sempre. Amém.

 

IV. Qual o compromisso que assumirei depois desta meditação na Palavra de Deus? _

 

Conclusão:

Hoje aprendemos sobre o amor misericordioso do Pai. Precisamos trabalhar para trazer de volta todos os filhos pródigos que estão fora da Casa do Pai, sofrendo e rolando entre os porcos. Que sejamos parecidos com o Senhor Jesus que acolhe e come com pecadores arrependidos. Que possamos nos alegrar com os que retornam, sem fazer cobranças ou gerar culpas. Você tem trabalhado para trazer vidas a Casa do Pai?

 

terça-feira, 15 de março de 2022

3º Domingo da Quaresma - Ano C

 



3º Domingo da Quaresma

Convite ao Arrependimento e a Conversão

Lucas 13.1-9

 

O Evangelho de hoje situa-nos, já, no contexto da “viagem” de Jesus para Jerusalém. Mais do que um caminho geográfico, é um caminho espiritual, que Jesus percorre rodeado pelos discípulos.

Durante esse percurso, Jesus prepara-os para que entendam e assumam os valores do Reino. Pretende-se que, terminada esta caminhada, os discípulos estejam preparados para continuar a obra de Jesus e para levar a sua proposta libertadora a toda a terra. O texto que hoje nos é proposto apresenta um convite ao arrependimento e à conversão. Deus deseja que sejamos figueiras frutíferas. 

 

I. Leitura do Evangelho (O que o texto diz?). O que relata o texto do Evangelho?____________

O Senhor Jesus relata as multidões e aos discípulos duas ocorrências: a morte dos Galileus pelos soldados de Pilatos enquanto estes sacrificavam,  e o desabamento da torre de Siloé que matou 18 pessoas.

Sobre a morte dos Galileus, o Senhor Jesus diz (2,3): “Pensais que esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros galileus, por terem padecido estas coisas? Não eram, eu vo-lo afirmo; se, porém, não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis”. A mesma verdade disse sobre os mortos no desabamento da Torre de Siloé (4,5).

A conclusão que Jesus tira destes dois casos é bastante clara: aqueles que morreram nestes desastres não eram piores do que os que sobreviveram. Refuta, desta forma, a doutrina judaica da retribuição segundo a qual o que era atingido por alguma desgraça era culpado por algum grave pecado. No caso presente, esta doutrina levava à seguinte conclusão: “nós somos justos, porque nos livramos da morte nas circunstâncias nomeadas”. Em contrapartida, Jesus afirma que, diante de Deus, todos os homens precisam de se converter. A última frase do vers. 5 (“se não vos arrependerdes perecereis todos do mesmo modo”) deve ser entendida como um convite à mudança de vida; se ela não ocorrer, quem vencerá é a destruição e a morte eterna.

Para dar maior ênfase a misericórdia de Deus e a necessidade de conversão o Senhor cita a parábola da figueira.

Um homem tem uma figueira plantada em sua vinha que não produz frutos. Ele disse ao viticultor (7): “Há três anos venho procurar fruto nesta figueira e não acho; podes cortá-la; para que está ela ainda ocupando inutilmente a terra”?

O viticultor pede uma nova chance para a figueira (mais um ano). Ele diz (8,9) “Senhor, deixa-a ainda este ano, até que eu escave ao redor dela e lhe ponha estrume. Se vier a dar fruto, bem está; se não, mandarás cortá-la”.

O Antigo Testamento tinha utilizado a figueira como símbolo de Israel (Os 9.10), inclusive como símbolo da sua falta de resposta à aliança (Jr 8.13). Deus espera, portanto, que Israel (a figueira) dê frutos, isto é, aceite converter-se à proposta de salvação que lhe é feita em Jesus; dá-lhe, até, algum tempo (e outra oportunidade), para que essa transformação ocorra. Deus revela, portanto, a sua bondade e a sua paciência; no entanto, não está disposto a esperar indefinidamente, pactuando com a recusa do Seu povo em acolher a salvação. Apesar do tom ameaçador, há no cenário de fundo desta parábola uma nota de esperança: Jesus confia em que a resposta final de Israel à sua missão seja positiva.

É uma parábola para Israel e para cada discípulo e ouvinte.

 

II. Meditação do Evangelho (o que o texto me diz?): O que Deus falou com você neste Evangelho?_______________________________

 

·         Não somos melhores do que os que sofrem. Todos nós precisamos de conversão e arrependimento.

·         Precisamos olhar prioritariamente para os nossos pecados. É uma virtude reconhecer os próprios defeitos.

·         Tenho produzido os frutos que Deus espera da minha vida?

·         Deus não está disposto a esperar indefinidamente. Um dia virá o juízo e preciso estar preparado. Preciso aproveitar a oportunidade para voltar para Deus. Na parábola Jesus diz: “Se vier a dar fruto, bem está; se não, mandarás cortá-la”.

·         Preciso aceitar a misericórdia de Jesus. Ele deseja trabalhar em minha vida um pouco mais. Ele tem esperança que irei mudar.

·         Estou disposto a abandonar o pecado e começar a dar os frutos exigidos pelo Senhor?

 

III. Orando o Evangelho (O que digo a Deus?): _

           

Senhor. Reconheço que não sou melhor do que qualquer pecador. Careço de sua misericórdia e bondade para viver. Preciso dar frutos. Obrigado por que a sua misericórdia insiste em minha vida. O Senhor tem tratado de minhas raízes para que possa ser uma figueira frutífera. Desejo aproveitar todas as oportunidades para fazer sua vontade e ser uma pessoa cada dia melhor. Por Jesus Cristo nosso Senhor, na unidade do Espírito Santo, um único Deus agora e sempre. Amém.

 

IV. Qual o compromisso que assumirei depois desta meditação na Palavra de Deus? ________

 

Conclusão:

            O Evangelho nos desafiou a olhar para nossa própria vida e perguntar: Tenho dado frutos? Sou o que Deus espera e deseja? Tenho aproveitado o ano da misericórdia do Senhor para voltar a dar frutos? Hoje Deus está nos convidando a conversão e ao retorno ao projeto do Reino de Deus. Aceite Jesus e seja o que Ele deseja e tem trabalhado em sua vida. O trabalho de Jesus em nós não será em vão. Em Nome de Jesus. Amém.

terça-feira, 8 de março de 2022

2º Domingo da Quaresma - Ano C

 


2º Domingo da Quaresma

Bom é estarmos aqui

Lucas 9.28-36

 

Sempre no 2º Domingo da Quaresma meditamos na Transfiguração do Senhor diante de Pedro, Tiago e João. No monte aparecem Moisés e Elias conversando com o Senhor Jesus sobre os eventos da Semana Santa. Pedro, Tiago e João conseguem ver o Jesus Transfigurado e glorificado. Foi uma antecipação da Páscoa do Senhor. Mesmo com todo o sofrimento da sexta-feira Santa, o Senhor iria ressuscitar e ser glorificado pelo Pai no Domingo de Páscoa. A presença de Deus no monte foi tão maravilhosa que Pedro diz: “Bom é estaremos aqui”. Hoje o Evangelho nos levará a contemplar o Jesus transfigurado e a reconhecer que Ele tem o controle e o poder total sobre nossa vida. Com Jesus sempre estamos seguros e confiantes.

 

I. Leitura do Evangelho (O que o texto diz?) O que relata o texto do Evangelho?_____________

 

Lucas relata no capítulo 9, nos versículos anteriores, que Jesus estava orando à parte com os discípulos (18). Sabemos que ele estava em Cesareia de Filipe (Mt 16.13). Foi nesta ocasião que Ele pergunta: Quem dizem as multidões que sou eu? O povo diziam que Jesus era João Batista, Elias ou algum profeta. Mas Jesus pergunta aos discípulos: Mas vós, quem dizeis que eu sou? Pedro responde: És o Cristo de Deus (20).

Logo em seguida, o Senhor começou a relatar o sofrimento da Semana Santa (22): “É necessário que o Filho do Homem sofra muitas coisas, seja rejeitado pelos anciãos, pelos principais sacerdotes e pelos escribas; seja morto e, no terceiro dia, ressuscite”.

Lucas não relata, mas Mateus e Marcos afirmam que Pedro foi usado por satanás para repreender Jesus (Mt 16.22,23). Ele e os demais apóstolos não aceitavam a cruz e o sofrimento no ministério do Senhor.

Por isso o Jesus diz (23-26): “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; quem perder a vida por minha causa, esse a salvará. Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder-se ou a causar dano a si mesmo? Porque qualquer que de mim e das minhas palavras se envergonhar, dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na sua glória e na do Pai e dos santos anjos”.

Diante desta instabilidade de Pedro e dos apóstolos, Jesus resolve levá-los a uma experiência maior, transcendente e mais profunda sobre sua pessoa e divindade: (28) “Cerca de oito dias depois de proferidas estas palavras, tomando consigo a Pedro, João e Tiago, subiu ao monte com o propósito de orar”.

            Jesus sobe ao monte (Monte Tabor, segundo a tradição) com seus três principais apóstolos e começa a orar. (29) “enquanto ele orava, a aparência do seu rosto se transfigurou e suas vestes resplandeceram de brancura”. Sua aparência sofreu uma metamorfose (mudança de forma). Demonstrando a Glória da ressurreição que viria depois do sofrimento da cruz.

            Para confirmar aos apóstolos a necessidade do sofrimento e da cruz, apareceram em glória dois varões, Moisés (representando a Lei) e Elias (representando os profetas), os quais “(31) ...falavam da sua partida, que Ele estava para cumprir em Jerusalém”. A morte do Senhor não foi um acidente. Ele é o Cordeiro de Deus que veio tirar o pecado do mundo. Tudo estava profetizado no Antigo Testamento.

            Os apóstolos viram tudo, apesar de estarem com muito sono (32). Ao se retirarem Moisés e Elias, Pedro sugere: “Mestre, bom é estarmos aqui; então, façamos três tendas: uma será tua, outra, de Moisés, e outra, de Elias”.

O Evangelho diz que Pedro não sabia o que dizia. Foi tomado pelo medo e pela emoção.

Neste instante apareceu uma nuvem e envolveu a todos. O Evangelho diz que “encheram-se de medo ao entrarem na nuvem”.

A transfiguração termina com a voz do Pai. No meio da nuvem veio uma voz dizendo: “Este é o meu Filho, o meu eleito; a ele ouvi”.

Os apóstolos deveriam ouvir Jesus, mesmo quando falava da cruz, do sofrimento e da dor que iria passar em Jerusalém. Jesus é o Filho, o eleito, para a salvação de todo aquele que crer.

O Evangelho termina dizendo (36): “Depois daquela voz, achou-se Jesus sozinho. Eles calaram-se e, naqueles dias, a ninguém contaram coisa alguma do que tinham visto”.

Foram impactados e tiveram a antecipação da glória da Ressurreição do Senhor

 

II. Meditação do Evangelho (o que o texto me diz?): O que Deus falou com você neste Evangelho?______________________________

 

·         A transfiguração nos ensina a ver, diante da cruz e do sofrimento, a glória da Ressurreição.

·         A subida ao monte foi para auxiliar Pedro, Tiago e João na instabilidade espiritual que estavam sofrendo. Muitas vezes a nossa fé fica tremula e precisa ser renovada no Senhor.

·         Na Transfiguração tiveram uma experiência maior, transcendente e mais profunda sobre a pessoa e divindade de Jesus. Preciso ver Jesus além da história. Ele é o Deus encarnado que veio nos salvar. Minha fé precisa ser transcendente.

·         A Transfiguração vem durante a oração do Senhor. Preciso ser transfigurado pela vida de oração.

·         Preciso ler o Antigo Testamento olhando para o sacrifício e ressurreição do Senhor. Moisés e Elias (a lei e os Profetas) nos ensinam sobre Jesus.

·         Preciso reconhecer como é bom estar na presença de Deus. Como é bom ter um encontro com Deus.

·          Muitas vezes somos como Pero, tomados pela emoção e pelo medo, não sabemos o que falamos. Precisamos ter prudência acima de tudo.

·         A transfiguração termina com a voz do Pai. Qualquer experiência cristã está baseada na Palavra de Deus, na voz do Senhor. Não existe experiência contrária a revelação do Senhor.

·         A Palavra do Pai é: “Este é o meu Filho, o meu eleito; a ele ouvi”. Minha vida cristã será perfeita, sadia, justa e feliz se eu aprender a ouvir Jesus em todas as áreas de minha vida. O Evangelho precisa vir em primeiro lugar.

·         Que possamos ser impactados pela Semana Santa e pela ressurreição do Senhor. Este é o mistério da nossa salvação.

 

III. Orando o Evangelho (O que digo a Deus?): _

 

            Senhor. Desejamos subir ao monte com o Senhor Jesus e ter uma vida constante de oração. Queremos ver Jesus transfigurado em nosso coração. Aceitamos a cruz e o sofrimento como caminhos para a ressurreição e a Páscoa. Desejamos ouvir Moisés e Elias apontando o caminho da via dolorosa. Queremos ser absortos na nuvem da tua glória e ouvir a voz do Pai. Ensina-nos a ouvir e a praticar o Seu Evangelho. Que, em nossa vida de oração, possamos ser transfigurados pelo Senhor para abençoar nosso próximo e viver a Tua vontade em todas as áreas de nossa vida. Por Jesus Cristo nosso Senhor, na unidade do Espírito Santo. Um só Deus agora e sempre. Amém.

 

 

IV. Qual o compromisso que assumirei depois desta meditação na Palavra de Deus? ________

 

Conclusão:                       

            A Transfiguração do Senhor é o segundo degrau da Quaresma que nos prepara para a Semana Santa e para a Páscoa. Somos salvos pela ação de Jesus em vir morrer e ressuscitar para a nossa salvação. Ele é o Cordeiro de Deus. E Nele somos mais que vencedores. Jesus é o Rei da Glória.

 

terça-feira, 1 de março de 2022

1º Domingo da Quaresma - Ano C

 


1º Domingo da Quaresma

A Quaresma do Senhor

Lc 4.1-13

 

As Igrejas da atualidade tem realizado uma prática muito bonita e eficaz: Campanha de Jejum e oração baseada em passagens da Bíblia Sagrada. Por exemplo, o famoso Jejum de Daniel. Uma campanha de Oração de 21 dias por uma causa específica na área de libertação.

Assim também a Igreja primitiva do III século criou a primeira campanha de oração da Igreja Primitiva: Os 40 dias de Jejum e Oração do Senhor Jesus. Esta campanha começava em uma quarta-feira e se estendia até a Páscoa do Senhor. O propósito era preparar os novos convertidos para o Batismo e também tratar espiritualmente dos que estavam desviados da fé. Estes ficavam em oração até a quinta-feira santa onde eram reconciliados para poder participar, com alegria, da Páscoa do Senhor.

Esta campanha da Igreja antiga chamava-se Quaresma. Até hoje as igrejas cristãs históricas guardam esta data para orar, jejuar e fazer alguma obra concreta ao próximo.

É uma campanha que tem como objetivo a consagração espiritual e a nossa preparação para a Páscoa do Senhor.

Hoje o Evangelho relata este período de oração do Senhor Jesus.

 

I. Leitura do Evangelho (O que o texto diz?) O que relata o texto do Evangelho?_____________

 

            O Evangelho narra o evento ocorrido logo após o Batismo do Senhor. Ele sai do rio Jordão cheio do Espírito Santo e é levado pelo mesmo Espírito ao deserto para um período de oração e jejum (1).

            Este propósito de oração durou quarenta dias. Nestes quarenta dias foi tentado pelo diabo para que pudesse quebrar o jejum e a sua campanha de oração (2).

            Como nada comeu naqueles dias, teve naturalmente fome. Lucas informa que a fome veio ao fim dos quarenta dias: “ao fim dos quais teve fome” (2).

            A fome de Jesus é a oportunidade do diabo. Ele se aproxima do Senhor e diz (3): “Se és o Filho de Deus, manda que esta pedra se transforme em pão”.

            Ele aconselha Jesus a provar que era o Filho de Deus, fazer o milagre e quebrar o jejum. O objetivo único do diabo era que o Senhor quebrasse o jejum; contudo, seu argumento era para que Ele provasse que era o Filho de Deus.

            Jesus responde (4): “Está escrito: Não só de pão viverá o homem”. O Senhor cita com precisão Deuteronômio 8.3: “E te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que tu não conheceste, nem teus pais o conheceram; para te dar a entender que o homem não viverá só de pão, mas de tudo o que sai da boca do Senhor viverá o homem”.

            Depois o diabo mostrou, como numa projeção de cinema, todos os reinos do mundo (5) e lhe diz (6,7): “Dar-te-ei toda esta autoridade e a glória destes reinos, porque ela me foi entregue, e a dou a quem eu quiser. Portanto, se prostrado me adorares, toda será tua”.

            O diabo oferece todos os reinos do mundo que lhe foi entregue pelo o pecado de Adão. A única contrapartida exigida é a adoração: “Portanto, se prostrado me adorares, toda será tua”.

            Jesus responde baseado em Deuteronômio 6.13 e 10.20: “Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a Ele darás culto” (8). Jesus não troca a adoração ao Pai por nenhum reino desse mundo.

            O diabo então o leva até o pináculo do Templo em Jerusalém e resolve tentar Jesus citando o Salmo 91: “Se és o Filho de Deus, atira-te daqui abaixo; porque está escrito: Aos seus anjos ordenará a teu respeito que te guardem; e: Eles te susterão nas suas mãos, para não tropeçares nalguma pedra. (9,10,11).

            A tentação visava fazer Jesus aparecer diante dos judeus de forma diferente do projetado pelo Pai.

            Jesus simplesmente responde (12): “Dito está: Não tentarás o Senhor, teu Deus”. Ele enfrenta a tentação citando Deuteronômio 6.16. 

            O diabo não tentou Jesus apenas nestas áreas. Ele atacou com toda sorte de tentações. Lucas diz (13): “Passadas que foram as tentações de toda sorte, apartou-se dele o diabo, até momento oportuno”.

Até a morte da cruz o diabo nunca desistiu de fazer Jesus desistir do Seu ministério. Contudo, o Senhor perseverou firme para a nossa salvação.

 

II. Meditação do Evangelho (o que o texto me diz?): O que Deus falou com você neste Evangelho?_______________________________

 

·         O Espírito Santo levou Jesus ao deserto para momentos de oração e jejum. Deus permite os desertos em nossa vida visando a nossa maior consagração e dependência dele.

·         Assim como o Senhor Jesus fez uma campanha de oração de 40 dias, assim também a igreja criou a Quaresma. Hoje também devemos ter momentos de oração e jejum.

·         O diabo sempre nos tentará para que possamos quebrar o jejum e a nossa consagração ao Senhor.

·         A fome de Jesus é a oportunidade do diabo. O diabo nos tentará em cima das nossas fraquezas e carências.

·         Os argumentos do inimigo tem duplos sentidos e projetos de destruição. O seu objetivo e nos fazer sair da vontade de Deus.

·         Jesus vence as tentações citando a Palavra de Deus. Preciso ler diariamente a Palavra para poder resistir as tentações do diabo.

·         O diabo oferece os reinos do mundo em troca da adoração. Não posso negociar a adoração ao Senhor por nada. Tenho que recusar os reinos do mundo. Não troque a adoração ao Pai por nenhum reino desse mundo.

·         O diabo tenta fazer Jesus realizar milagres no Templo apenas para promovê-lo fora do projeto do Pai. Não posso realizar nada que não esteja no projeto do Pai para minha vida. Não posso viver tentando Deus. Tenho que crer e aceitar seus desígnios.

·         Sempre seremos tentados a deixar os projetos de Deus. Precisamos vigiar e resistir ao diabo, pois ele fugirá de nós em Nome de Jesus.

 

III. Orando o Evangelho (O que digo a Deus?): _

 

Senhor. Obrigado pela quaresma do Senhor Jesus. Assim como Senhor, somos tentados em nossas fraquezas e carências. O inimigo sempre tentará nos fazer negociar a nossa adoração ou sairmos do projeto do Senhor para a nossa vida. Ajude-nos a perseverar no jejum e na oração. Que possamos viver tempos de arrependimento, oração e de quaresmas no enfrentamento do mal. Que sejamos firmes no Senhor para permanecermos nos seus sonhos e projetos para a nossa vida. Em Nome do Senhor Jesus Cristo, na unidade do Espírito Santo. Amém.

 

IV. Qual o compromisso que assumirei depois desta meditação na Palavra de Deus? _

 

Conclusão:

            A Quaresma do Senhor inspirou a nossa Quaresma. Hoje também devemos fazer consagrações de oração e jejum olhando para o exemplo do Senhor Jesus. A caminhada cristã não é fácil. Seremos sempre atacados para desistir da fé. Mas fomos chamados para perseverar na fé no Senhor conforme a Palavra de Deus. Permaneça na Palavra de Deus. Em arrependimento,  oração e jejum venceremos todos os obstáculos em Nome de Jesus.