2º
Domingo da Quaresma
A nossa Transfiguração
Gn 12.1-4 / Sl 33 / II Tm
1.8-10 /Mateus 17.1-9
Na segunda semana da Quaresma,
meditamos na Transfiguração do Senhor como caminho de preparação para a Semana
Santa. Aprenderemos hoje que a Transfiguração foi causada pela crise que Pedro
estava vivendo diante do sofrimento e morte que o Senhor iria enfrentar em
Jerusalém. A mensagem é que Deus não desiste de nós e nos ensina a confiar Nele
mesmo diante dos sofrimentos e perseguições.
I. Deus não
desiste de nós - Mateus 17.1-9.
Quando Jesus revelou aos apóstolos que iria sofrer e morrer
em Jerusalém; Pedro se revoltou e não aceitou as palavras de Jesus. Ele levou o
Senhor a parte e começou a repreende-lo dizendo: “Senhor, tem compaixão de ti;
de modo nenhum te acontecerá isso”.
Jesus percebe satanás na vida de Pedro, o expulsa e ensina
seus discípulos que a cruz fazia parte da missão. Ele diz: “Se alguém quiser
vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me;
porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder a sua
vida por amor de mim, achá-la-á. Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo
inteiro, se perder a sua alma? Ou que dará o homem em recompensa da sua alma”? (Mateus
16.22-26).
Jesus, entendendo
a crise em Pedro, leva-o com Tiago e João a um alto monte (1). Eles precisavam
ter uma experiência transcendente. Algo além de sua realidade física e humana,
para que pudessem entender o sofrimento, a morte e ressurreição do Senhor.
Por isso no monte, o Senhor
foi transfigurado (mudou de forma / metamorfose) (2). “O seu rosto resplandecia
como o sol, e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz”.
Para confirmar a necessidade
do sofrimento e morte em Jerusalém, apareceram em glória, Moisés, símbolo da
Lei e Elias, símbolo dos Profetas, falando sobre os acontecimentos que
ocorreriam com o Senhor na cidade Santa (Lucas 9.30,31).
Pedro
fica tão maravilhado que se oferece para fazer três tendas (4). Neste momento
vem a maior confirmação: o Pai testifica do Filho em uma nuvem luminosa dizendo
(5): “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; a ele ouvi”.
O
medo se apodera dos discípulos (6) e Jesus lhes diz: (9): “A ninguém conteis a
visão, até que o Filho do Homem ressuscite dentre os mortos”.
Jesus
não desiste de Pedro. Ele havia sido usado pelo Espírito Santo (Mateus
16.16-19) e depois deu lugar ao diabo, mas Deus não desiste dele e o leva para
uma experiência muito maior. Pedro saiu do monte “transfigurado”.
Aprendemos
neste Evangelho que Deus nunca desiste da nossa vida. O Seu projeto é eterno.
Precisamos confiar em sua direção, mesmo pelo caminho da dor e do sofrimento. A
palavra final é a ressurreição e a vida eterna.
Você
conhece algum discípulo em crise que abandonou a igreja? O que podemos fazer
concretamente para trazê-lo de volta?
II. Somos chamados
para uma missão específica - Gênesis 12.1-4
Jesus
leva Pedro, Tiago e João para o monte porque tinha uma missão específica em
suas vidas. Assim também vemos a chamada de Abrão.
Em
Gn 12.1-4, Deus chama Abrão para sair de sua terra (1): “Sai da tua terra, da
tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei”; e
promete dele, fazer uma grande nação e lhe engrandecer seu nome (2). Ele foi
chamado para ser uma bênção.
As pessoas seriam abençoadas ou
amaldiçoadas de acordo com suas relações com Abrão (3). Nele todas as famílias
da terra seriam abençoadas por causa do Senhor Jesus que nasceria, morreria na
cruz e ressuscitaria no terceiro dia.
Crendo
na promessa, Abrão com 75 anos de idade, partiu como o Senhor lhe ordenara (4).
Ele aceitou a missão do Senhor.
Você
tem aceitado a missão do Senhor (Sê tu uma bênção) e testemunhado de Jesus a
todas as pessoas?
III. Precisamos
viver confiando no Senhor - Salmo 33.
Quando Jesus falou de seu sofrimento
e morte em Jerusalém, Pedro se revolta e erra por não confiar. A desconfiança
deu lugar ao diabo. Por isso Jesus precisou levá-lo ao Monte da Transfiguração.
O
Salmo 33 fala da confiança no Senhor que criou o céu e a terra, por isso, fica
bem louvar a Deus (1) e celebrá-lo com instrumentos e cânticos (2.3).
A vida em celebração é fruto da
nossa confiança no Senhor. Sabemos que tudo de Deus é reto e fiel (4). A terra
está cheia de sua bondade (5). Ele criou tudo por sua palavra (6).
Todos
são convidados confiar e a temer ao Senhor (8), pois só Ele tem o poder de
criar todas as coisas (9).
Por
isso, feliz a nação cujo Deus é o SENHOR, e o povo que ele escolheu para sua
herança (12).
Deus conhece todos os seres humanos
(13-15) e não há quem se salve por suas próprias forças (16). Ou seja, confiar
em si próprio não garante a salvação.
O salmista diz que “os olhos do
SENHOR estão sobre os que o temem, sobre os que esperam na sua misericórdia, para
livrar-lhes a alma da morte, e, no tempo da fome, conservar-lhes a vida
(18,19)”.
Por
isso (20) “nossa alma espera no SENHOR. Ele é o nosso auxílio e escudo”. Nele
temos alegria (21).
Hoje podemos orar com confiança e
dizer (22): “Seja sobre nós, SENHOR, a tua misericórdia, como de ti esperamos”.
Você está vivendo confiando no
Senhor? Qual o teu nível de confiança e entrega?
IV. Precisamos
enfrentar os sofrimentos olhando para o alto - II Timóteo 1.8-10.
Quando Jesus falou de seu sofrimento em Jerusalém,
tanto Pedro como os apóstolos, não viram propósito nisso. Não olharam para o
alto. O Monte da Transfiguração permitiu que Pedro, Tiago e João conseguissem
olhar para o alto e ver Deus além dos limites humanos.
Foi exatamente isso que Paulo
conseguiu ver e viver estando preso em Roma. Ele escreve a Timóteo dizendo (8)
“Não te envergonhes, portanto, do testemunho de nosso Senhor, nem do seu
encarcerado, que sou eu; pelo contrário, participa comigo dos sofrimentos, a
favor do evangelho, segundo o poder de Deus”.
Paulo
diz que somos chamados pela graça para vivermos os propósitos eternos de Deus
(9). Jesus destruiu a morte e trouxe a vida e a imortalidade (10).
Por
causa dessa certeza, precisamos enfrentar os sofrimentos olhando para o alto e
crendo no Jesus transfigurado.
Como
você tem enfrentado os sofrimentos?
Conclusão:
Na Transfiguração do Senhor,
aprendemos que Deus não desiste de nós, pois somos chamados para uma missão
específica. Por isso, precisamos viver confiando no Senhor e enfrentando os sofrimentos
olhando para o alto. Que sejamos “transfigurados” todos os dias pelo Senhor.
Amém.
Oração
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