terça-feira, 28 de setembro de 2021

Evangelho do 27º Domingo Comum - Ano B

 



27º Domingo Comum

A Vontade Perfeita de Deus para o Casamento

Marcos 10.2-16

 

O Evangelho do 27º Domingo do Tempo Comum (Ano B) apresenta como tema principal, o projeto ideal de Deus para o homem e para a mulher: formar uma comunidade de amor, estável e indissolúvel, que os ajude mutuamente a realizarem-se e a serem felizes. Esse amor, feito doação e entrega, será para o mundo um reflexo do amor de Deus.

Homens e mulheres são convidados a viverem em comunhão total um com o outro, dando-se um ao outro, partilhando a vida um com o outro, unidos por um amor que é mais forte do que qualquer outro vínculo. O fracasso dessa relação não está previsto nesse projeto ideal de Deus. O amor de um homem e de uma mulher que se comprometem diante de Deus e da sociedade deve ser um amor eterno e indestrutível, que é reflexo desse amor que Deus tem pelos homens. Este projeto de Deus não é uma realidade inatingível e impossível: há muitos casais que, dia a dia, no meio das dificuldades, lutam pelo seu amor e dão testemunho de um amor eterno e que nada consegue abalar.

 

I. Leitura do Evangelho (O que o texto diz?)

O que relata o texto do Evangelho?_______

 

Despedindo-se definitivamente da Galileia, Jesus continua o seu caminho para Jerusalém, ao encontro do seu destino final. O episódio de hoje situa-nos “na região da Judeia, para além do Jordão” (v.1) – isto é, no território transjordânico da Pereia, território governado por Herodes Antipas, o mesmo que havia assassinado João Batista quando este o criticou por haver abandonado a sua esposa legítima.

Aqui entram de novo em cena os fariseus, não para escutar as suas propostas, mas para experimentá-lo e para Lhe apanhar uma declaração comprometedora. O assunto seria sobre o matrimonio e o divórcio. O mesmo assunto que levou a morte de João Batista.

A Lei de Moisés permitia o divórcio (leia Dt 24.1), mas não era totalmente clara acerca das razões que poderiam fundamentar a rejeição da mulher pelo marido. A escola de Hillel, na época de Jesus, ensinava que qualquer motivo, mesmo o mais fútil (porque a esposa cozinhava mal ou porque o marido gostava mais de outra), servia para o homem despedir a mulher.

A mulher, por sua vez, era autorizada a obter o divórcio em tribunal somente no caso do marido estar afetado pela lepra ou exercer um ofício repugnante.

A questão dos fariseus era única: “por que a Lei de Moisés permitiu o divórcio”? Jesus responde (5): “Por causa da dureza do vosso coração, ele vos deixou escrito esse mandamento”. O divorcio existe por que fracassamos no amor. A causa é a dureza do nosso coração. Não foi um projeto de Deus, mas uma concessão.

O Senhor Jesus demonstra que este não era o projeto inicial de Deus (6-8). O homem e mulher se casam para ser uma só carne. O Senhor conclui (9): “Portanto, o que Deus ajuntou não separe o homem”.

Os discípulos não entendem Suas palavras. Iam totalmente contra a cultura da época que favorecia o divórcio de forma livre e espontânea. Por isso o interrogaram em casa (10).

O Senhor Jesus apenas acrescenta (11,12): “Quem repudiar sua mulher e casar com outra comete adultério contra aquela. E, se ela repudiar seu marido e casar com outro, comete adultério”.

Esta é a vontade perfeita de Deus para o seu povo.

            Ainda em casa, os pais começaram a levar suas crianças para serem abençoadas por Jesus e os discípulos tentavam impedir.

            O Senhor fica indignado e diz (14-15): “Deixai vir a mim os pequeninos, não os embaraceis, porque dos tais é o reino de Deus. Em verdade vos digo: Quem não receber o reino de Deus como uma criança de maneira nenhuma entrará nele”. Jesus as recebe a abençoa.

As crianças são aqui, uma espécie de contraponto ao orgulho e arrogância com que os fariseus se apresentam a Jesus, bem como à dificuldade que os discípulos revelaram, nas cenas precedentes, para acolher a lógica do Reino… As crianças são simples, transparentes, sem calculismos; não têm prestígio ou privilégios a defender; entregam-se confiadamente nos braços do pai e dele esperam tudo, com amor. Por isso, as crianças são o modelo do discípulo.

O Reino de Deus é daqueles que, como as crianças, vivem com sinceridade e verdade, sem se preocuparem com a defesa dos seus interesses egoístas ou dos seus privilégios, acolhendo as propostas de Deus com simplicidade e amor. Quem não é “criança”, isto é, quem percorre caminhos tortuosos e calculistas, quem não renuncia ao orgulho e auto-suficiência, quem despreza a lógica de Deus e só conta com a lógica do mundo (também na questão do casamento e do divórcio), quem conduz a própria vida ao sabor de interesses e valores efêmeros, quem não aceita questionar os próprios raciocínios e preconceitos, não pode integrar a comunidade do Reino.

 

II. Meditação do Evangelho (o que o texto me diz?)

O que Deus falou com você neste Evangelho? ____

 

·         No mesmo local onde João Batista foi morto por criticar um divorcio e adultério, o Senhor Jesus é confrontado sobre este tema pelos fariseus. As situações se repetem. Nós também somos confrontados sobre muitas situações, a semelhança dos primeiros discípulos do Senhor Jesus.

·         Temos que nos preparar, por que sempre seremos experimentados pelo mundo para testar a nossa fé. Não posso ser um discípulo fraco na conversão.

·         Para as práticas do mundo, a mulher é explorada em todas as formas de violência. Mas para os discípulos de Jesus, o que vale, são valores do Reino de Deus.

·         Existe a vontade perfeita de Deus e a vontade permissiva de Deus. A vontade permissiva de Deus é baseada na dureza do nosso coração. Deus permite que eu faça minhas escolhas erradas. Mas Ele está sempre apontando o caminho certo.  

·         A vontade perfeita de Deus é que o casamento seja uma bênção de amor e tolerância.

·         Não posso impedir que pessoas recebam suas bênçãos. Não posso ser um impedimento assim como foram os discípulos para as crianças.

·         Tenho que receber o reino de Deus como uma criança. A lógica de Deus precisa ser maior do que a lógica do mundo. Uma criança sabe aceitar a vontade de Deus. Assim também devemos saber aceitar as recomendações de Jesus para o casamento.

 

III. Orando o Evangelho (O que digo a Deus?)

Faça uma oração baseada no Evangelho meditado:_____________

 

Senhor. Desejo viver a Tua vontade perfeita em todas as áreas da minha vida. Sei que as situações se repetem e que serei provado em minha fé. Mas não deixa que eu venha fraquejar. Que eu entenda e viva a Tua vontade para o casamento. Que seja sábio e santo em minhas escolhas. Que viva a castidade santa (para os casados: ser fiel ao cônjuge. Para os solteiros: esperar o casamento para ter intimidade com a pessoa que amamos). Que a tua vontade perfeita seja feita em todas as áreas de minha vida e que eu seja simples como uma criança para receber a lógica do Reino de Deus. Em nome de Jesus, teu Filho amado, na Unidade do Espírito Santo. Amém.

 

IV. Qual o compromisso que assumirei depois desta meditação na Palavra de Deus?

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Conclusão:

            Os fariseus se aproximaram de Jesus com arrogância. Os pais das crianças se aproximaram com humildade. O Senhor ensina uma palavra difícil de ser aceita pela cultura dos discípulos e pela nossa cultura. Mas devemos receber estes ensinamentos como uma criança. Que possamos receber o Reino de Deus como uma criança para que tenhamos a graça de um dia entrar Nele.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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