15º Domingo Comum - Ano B
A Missão dos Discípulos
Marcos 6.7-13
O
Evangelho do 15º Domingo do Tempo Comum recorda-nos que Deus atua no mundo
através dos homens e mulheres que Ele chama e envia como testemunhas do seu
projeto de salvação. Esses “enviados” devem ter como grande prioridade a
fidelidade ao projeto de Deus e não a defesa dos seus próprios interesses ou
privilégios.
I. Leitura do Evangelho (O que o texto diz?)
O que relata o texto do Evangelho?_______
Marcos
começa por deixar claro que a iniciativa do chamamento dos discípulos é de
Jesus: Ele “chamou-os” (vers. 7). Não há qualquer explicação sobre os critérios
que levaram a essa escolha: falar de vocação e de eleição é falar de um
mistério insondável, que depende de Deus e que o homem nem sempre consegue
compreender e explicar.
Depois,
Marcos aponta o número dos discípulos que são enviados (“doze”). Porque exatamente
“doze”? Trata-se de um número simbólico, que lembra as doze tribos que formavam
o antigo Povo de Deus. Estes “doze” discípulos representam simbolicamente a
totalidade do Povo de Deus, do novo Povo de Deus. É a totalidade do Povo de
Deus que é enviada em missão.
Os
“doze” são enviados “dois a dois”. É provável que o envio “dois a dois” tenha a
ver com o costume judaico de viajar acompanhado, para ter ajuda e apoio em caso
de necessidade; pode também pensar-se que esta exigência de partir em missão
“dois a dois” tenha a ver com as exigências da lei judaica, de acordo com a
qual eram necessárias duas testemunhas para dar credibilidade a qualquer
anúncio (cf. Dt 19.15; Mt 18.16).
Logo
após, Marcos define a missão que Jesus lhes confiou (“deu-lhes poder sobre os
espíritos impuros”). A missão é um enfrentamento direto contra os demônios. Contudo,
Deus deu aos apóstolos o poder sobre os espíritos imundos.
Em
seguida, vêm as instruções para a missão (vers. 8-9). Na perspectiva de Jesus,
os discípulos devem partir para a missão, num despojamento total de todos os
bens e seguranças humanas… Podem levar um cajado (na versão de Mateus e de
Lucas, os discípulos não deviam levar cajado – cf. Mt 10.10; Lc 9.3); mas não
devem levar nem pão, nem alforje (duplo saco, fechado em ambas as extremidades
e aberto no meio - por onde se dobra -, formando duas bolsas iguais; para ser
carregado no ombro, para distribuir o peso dos dois lados), nem moedas (pequenas
moedas de cobre que o viajante levava sempre consigo para as suas pequenas
necessidades), nem duas túnicas.
Outra
instrução refere-se ao comportamento dos discípulos diante da hospitalidade que
lhes for oferecida (vers. 10-11). Quando forem acolhidos numa casa, devem aí
permanecer algum tempo e não devem saltar de um lugar para o outro, ao sabor
das amizades, dos interesses próprios ou alheios ou das suas próprias
conveniências pessoais.
Quando
não forem recebidos num lugar, devem “sacudir o pó dos pés” ao abandonar esse
lugar: trata-se de um gesto que os judeus praticavam quando regressavam do
território pagão e que simboliza a renúncia à impureza. Aqui, deve significar o
repúdio pelo fechamento às propostas libertadoras de Deus.
Finalmente,
Marcos descreve a realização da missão dos discípulos (vers. 12-13): pregavam a
conversão (“metanoia” – isto é, uma mudança radical de mentalidade, de valores,
de atitudes, um voltar-se para Jesus Cristo e um acolher o seu projeto),
expulsavam demônios, curavam os doentes.
II.
Meditação do Evangelho (o que o texto me diz?)
O que Deus falou com você neste
Evangelho? ______________________
·
É Deus quem nos chama para sua obra. Não conseguimos
compreender ou explicar. Precisamos apenas aceitar com gratidão a sua vocação.
·
Todo povo de Deus é enviado para a missão. A Missão de fazer discípulo
pertence a cada novo discípulo. Somente fazendo discípulos temos a identidade
de discípulo.
·
Nós nunca seremos enviados sozinhos. Deus sempre levantará
companheiros para a Missão. A sua obra de abrir novas células e evangelizar
sempre será de “dois a dois”.
·
Em qualquer caso, a exigência de partir em missão “dois a
dois” sugere também que a evangelização e o discipulado tem sempre uma dimensão
comunitária. Os discípulos nunca devem trabalhar sozinhos, à margem do resto da
comunidade; não devem anunciar as suas ideias, mas a fé da Igreja. Quem anuncia
o Evangelho, anuncia-o em nome da comunidade; e o seu anúncio deve estar em
sintonia com a fé da comunidade.
·
No discipulado iremos enfrentar diretamente os demônios, mas
recebemos autoridades sobre eles em Nome de Jesus.
·
Não preciso de nenhum recurso para fazer a missão. Preciso
unicamente de obediência ao chamado. Os discípulos não puderam levar nem pão
para a missão. Tudo seria fornecido por Deus. Precisavam apenas fazer a obra e
confiar.
·
Para abrir novas células e congregações, precisamos apenas
confiar na provisão e Deus.
·
Precisamos ser livres da idolatria aos bens materiais. Os
discípulos deveriam ser totalmente livres e não estar amarrados a bens
materiais; caso contrário, a preocupação com os bens materiais podia
roubar-lhes a liberdade e a disponibilidade para a missão. Por outro lado, essa
atitude de pobreza e de despojamento ajudará também os discípulos a perceber
que a eficácia da missão não depende da abundância dos bens materiais, mas sim
da ação de Deus. A sobriedade e o desapego são sinais de que o discípulo confia
em Deus e contribuem para dar credibilidade ao testemunho.
·
Precisamos obedecer as estratégias de Deus para a missão.
·
No anuncio do Evangelho vai a oportunidade e o julgamento.
Precisamos também estar preparados para sacudir o pó dos nossos pés quando as
pessoas se fecharem ao Evangelho.
·
Precisamos continuar a missão de Jesus, pregando o Evangelho
e realizando os sinais de cura e libertação.
III.
Orando o Evangelho (O que digo a Deus?)
Faça
uma oração baseada no Evangelho meditado:__________________
Senhor.
Aceito o Seu chamado para a minha vida. Sei que sou, com todo o povo de Deus,
enviado para a missão de ganhar almas. Também sei que o Senhor providenciará
companheiros que me auxiliarão na Missão. Nunca estarei sozinho. Sei que
enfrentaremos demônios, mas também sei que o Senhor nos deu poder sobre os
espíritos imundos. Que eu seja desprendido ao ponto de confiar mais no Senhor
do que nos recursos financeiros. Livra-me da idolatria dos bens materiais. Que
eu obedeça as estratégias do Senhor. Que eu seja forte para anunciar a tua
Palavra e se necessário, sacudir o pó dos meus pés. Que eu seja fiel para
continuar a missão de Jesus no mundo. Em Nome de Jesus Cristo, teu único filho,
na unidade do Espírito Santo, a gora e sempre. Amém.
IV.
Qual o compromisso que assumirei depois desta meditação na Palavra de Deus?
Conclusão:
O
anúncio que é confiado aos discípulos é o anúncio que Jesus fazia (o “Reino”);
os gestos que os discípulos são convidados a fazer para anunciar o “Reino” são
os mesmos que Jesus fez (curar enfermos e expulsar demônios). Ao apresentar a
missão dos discípulos em paralelo e em absoluta continuidade com a missão de
Jesus, somos desafiados a continuar na história a obra libertadora que Ele
começou em favor do ser humano, fazendo novos discípulos e discípulas em todas
as nações.
Fonte: http://www.dehonianos.org/portal/15o-domingo-do-tempo-comum-ano-b0/
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