terça-feira, 9 de outubro de 2018

28º Domingo Comum - Ano B


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28º Domingo Comum
O que me falta ainda?
Marcos 10.17-30

O Evangelho do 28º Domingo do Tempo Comum convida-nos a refletir sobre as escolhas que fazemos e recorda-nos que é preciso, por vezes, renunciar a certos valores perecíveis, a fim de adquirir os valores da vida verdadeira e eterna. Ele fala das escolhas que teremos que fazer diante das propostas do mundo e das propostas de Deus.  A pergunta que tenho que fazer a Deus é: O que me falta ainda?

I. Leitura do Evangelho (O que o texto diz?)
O que relata o texto do Evangelho?_______

Um homem, não sabemos seu nome, foi ao encontro de Jesus, se ajoelhou e perguntou sobre como herdar a vida eterna. Ele tinha uma legítima preocupação sobre sua salvação e sabia quem era Jesus. Foi reverente e piedoso.  Ele pergunta (17): “Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna”?
Ele tem, inclusive, a revelação de que Jesus era Deus, pois o chama de “Bom”, palavra que só poderia ser direcionada a Javé. Como ele descobriu esta verdade? Jesus admirado o pergunta (18) “Por que me chamas bom? Ninguém é bom senão um, que é Deus”.
O primeiro caminho para a vida eterna era guardar os mandamentos de Deus. “Sabes os mandamentos” (19).
            Este homem era piedoso e fiel aos mandamentos. Ele responde com segurança (20): “Mestre, tudo isso tenho observado desde a minha juventude”.
            Ele cria em Deus e cumpria com todas as ordenanças da Lei de Moisés. Era fiel, zeloso e correto.
            Mas Jesus sabia que existia uma falha em seu coração que não aparecia nos ritos religiosos. Ele sofria de ganância e amor ao dinheiro.
            Era só isso que faltava. Ele era bem dizer, “perfeito”. Jesus o ama e diz (21): “Só uma coisa te falta. Vai, vende tudo o que tens, dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu; então, vem e segue-me”.
            Mesmo amando os mandamentos e sendo piedoso, ele ainda não possuía um tesouro no céu. Jesus então o convida a se desprender de tudo, abençoar os pobres e segui-lo como discípulo. Foi um convite feito em amor.  
            Contudo, a ganância e o amor aos bens materiais ocupavam todo seu coração. Ele ficou contrariado com estas palavras e retirou-se triste “porque era dono de muitas propriedades”.
            Jesus olha ao redor e diz aos discípulos que, quem tem riquezas, dificilmente entrarão no reino de Deus (23). Como os discípulos estranharam estas palavras de Jesus, ele repete com mais clareza (24): “Filhos, quão difícil é [para os que confiam nas riquezas] entrar no reino de Deus! É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus”.
            No pensamento judaico, todo homem deve viver e lutar para adquirir muitas riquezas. Isso estava intrínseco no coração dos discípulos. Por isso ficam espantados e dizem entre si (26): “Então, quem pode ser salvo”?
            Jesus deixa claro aos discípulos que para o homem se desprender das riquezas é impossível, mas para Deus tudo é possível. Deus opera e muda o coração de homens ricos e pobres. Para Deus esta mudança no coração humano é possível.
            Pedro então lembra que, o que Jesus estava dizendo foi uma verdade em sua vida. Ele mesmo experimentou o desprendimento de uma forma sobrenatural (28): “Eis que nós tudo deixamos e te seguimos”.
            Jesus então deixa claro que não estava chamando ninguém para a miséria, mas para o suprimento que vem, não do amor ao dinheiro, mas da fé. Ele diz (29,30): “Em verdade vos digo que ninguém há que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou mãe, ou pai, ou filhos, ou campos por amor de mim e por amor do evangelho, que não receba, já no presente, o cêntuplo de casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições; e, no mundo por vir, a vida eterna”.

II. Meditação do Evangelho (o que o texto me diz?)
O que Deus falou com você neste Evangelho? ____

·         Muitas pessoas são reverentes, piedosas e possui uma legitima preocupação com a vida eterna, mas ainda assim tem pecados escondidos em seu coração e lhe deixarão fora do céu.
·         Minha ortodoxia (doutrina certa) não garante minha salvação. Somente o novo nascimento. O homem rico sabia que Jesus era Deus, mas não possuía o tesouro no céu.
·         Posso ser fiel aos mandamentos de Deus e ainda assim ter o coração em pecado.
·         Preciso ouvir a voz de Jesus dizendo: uma coisa te falta. Só Ele sabe o que está em meu coração. Muitas vezes eu não tenho discernimento sobre a real situação da minha vida espiritual.  
·         Quando não desejamos obedecer a Deus, ficamos contrariados com as exortações da Palavra.
·         Ser confrontado por causa do pecado causa tristeza e podemos, inclusive, perder a oportunidade de salvação.
·         O amor ao dinheiro é um pecado que cega os corações e as mentes. É impossível ser salvo com o amor ao dinheiro. Quem tem amor ao dinheiro não consegue nem dizimar.
·         Somente Deus tem o poder de mudar um coração ganancioso.
·         Quem escolhe viver o Evangelho de Deus terá todos os suprimentos necessários para uma vida digna e correta.

III. Orando o Evangelho (O que digo a Deus?)
Faça uma oração baseada no Evangelho meditado:_____________

Senhor. Retira o pecado do meu coração. Desejo ser piedoso e reverente. Desejo viver os teus mandamentos com um coração realmente novo. Não desejo ter apenas a doutrina correta, mas que eu possua o tesouro no céu. Revela o que ainda falta em minha vida. Preciso de discernimento, pois diante dos meus próprios olhos não consigo analisar minha própria vida. Que o meu coração se alegre com as suas exortações. Que eu aceite ser confrontado e tenha humildade para obedecer. Que eu não tenha amor e ganância pelo dinheiro. Sei que se eu escolher viver a radicalidade do Evangelho, terei todos os suprimentos necessários para a minha vida. Por Jesus Cristo, nosso Senhor, na unidade com o Espírito Santo. Um só Deus agora e sempre. Amém.  

IV. Qual o compromisso que assumirei depois desta meditação na Palavra de Deus?
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Conclusão:
O homem que apareceu neste Evangelho foi um piedoso observante da Lei; mas não teve coragem para renunciar às suas seguranças humanas, aos seus esquemas feitos, aos bens terrenos que lhe escravizam o coração. A sua incapacidade para assumir a lógica do dom, da partilha, do amor, da entrega, tornam-no inapto para o Reino. O Reino é incompatível com o egoísmo, com o fechamento em si próprio, com a lógica do “ter”, com a obsessão pelos bens deste mundo. Este Evangelho me leva a refletir sobre a minha total disposição em seguir o projeto do Reino de Deus em detrimento aos meus próprios projetos humanos e materiais. Aceitar Jesus e viver o Evangelho exige mais do que religiosidade, exige renuncia e coragem.


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