terça-feira, 27 de julho de 2021

18º Domingo Comum - Ano B

 



18º Domingo Comum

A Motivação Certa

João 6.24-35

 

O Evangelho do domingo passado nos contou como Jesus alimentou a multidão com cinco pães e dois peixes, na “outra” margem do Lago de Tiberíades (Jo 6.1-15). Ao “cair da tarde” desse mesmo dia, Jesus e os discípulos voltaram a Cafarnaum (Jo 6.16-21).

O episódio que o Evangelho de hoje nos apresenta situa-nos em Cafarnaum, no “dia seguinte” ao episódio da multiplicação dos pães e dos peixes.

Nessa manhã, a multidão ainda estava do “outro lado” do lago, apercebeu-se de que Jesus tinha regressado a Cafarnaum e dirigiu-se ao seu encontro.

A multidão encontra Jesus na sinagoga de Cafarnaum – uma cidade situada na margem ocidental do Lago. Confrontado com a multidão, Jesus profere um discurso (Jo 6.22-59) que explica o sentido do gesto realizado (a multiplicação dos pães e dos peixes).

 

I. Leitura do Evangelho (O que o texto diz?)

O que relata o texto do Evangelho?_______

 

A cena inicial (v24) parece sugerir, à primeira vista, que a pregação de Jesus alcançou um êxito total: a multidão está entusiasmada, procura Jesus com afã e segue-O para todo o lado. Aparentemente, a missão de Jesus não podia correr melhor.

Contudo, Jesus percebe facilmente que a multidão está equivocada e que O procura pelas razões erradas (não pelo Sinal Espiritual, mas pelo pão material).

Na verdade, a multiplicação dos pães e dos peixes pretendeu ser, por parte de Jesus, um sinal de que Ele era o Messias (um novo Moisés, o profeta anunciado), mas a multidão não foi sensível ao significado profético do gesto e só percebeu que Jesus podia oferecer-lhe, de forma gratuita, pão em abundância.

Assim, o fato de a multidão procurar Jesus e se dirigir ao seu encontro não significa que tenha crido em sua missão messiânica; significa, apenas, que viu em Jesus um modo fácil e barato de resolver os seus problemas materiais.

Jesus está consciente de que é preciso desfazer, quanto antes, esse mal-entendido. Por isso, nem sequer responde à pergunta inicial que Lhe põem (“Mestre, quando chegaste aqui?” – vers. 25); mas, mal se encontra diante da multidão, procura esclarecer coisas bem mais importantes do que a hora da sua chegada a Cafarnaum…

As palavras que Jesus dirige àqueles que O rodeiam põem o problema da seguinte forma: eles não procuram Jesus, mas procuram a resolução dos seus problemas materiais (v26). Trata-se de uma procura interesseira e egoísta, que é absolutamente contrária à mensagem que Jesus procurou passar-lhes.

 Depois de identificar o problema, Jesus deixa-lhes um aviso: é preciso esforçar-se por conseguir, não só o alimento que mata a fome física, mas sobretudo o alimento que sacia a fome espiritual. A multidão, ao preocupar-se apenas com a procura do alimento material, está a esquecer o essencial – o alimento que dá vida definitiva.

Esse alimento que dá a vida eterna é o próprio Jesus que o traz (27).
O que é preciso fazer para receber esse pão? – pergunta-se a multidão (28). A resposta de Jesus é clara: é preciso acreditar que Jesus foi enviado pelo Pai como o Messias (29).

Na cena da multiplicação dos pães, a multidão não aderiu ao Jesus Messias; apenas correu atrás do profeta milagreiro que distribuía pão e peixes gratuitamente e em abundância…

Por que é que Jesus não realiza um gesto espetacular – como Moisés, que fez chover do céu o maná, não apenas para cinco mil pessoas, mas para todo o Povo e de forma continuada – para provar que a proposta que Ele faz é verdadeiramente uma proposta geradora de vida (31)?

Jesus responde pondo a questão da seguinte forma: o maná foi um dom de Deus para saciar a fome material do seu Povo; mas o maná não é esse “pão” que sacia a fome de vida eterna do homem. Só Deus dá aos homens, de forma contínua, a vida eterna; e esse dom do Pai não veio ao encontro dos homens através de Moisés, mas através de Jesus (32-33).

Portanto, o importante não é testemunhar gestos espetaculares, que deslumbram e impressionam, mas não mudam nada; mas é acolher a proposta que Jesus faz e vivê-la nos gestos simples de todos os dias.

A última frase do nosso texto identifica o próprio Jesus, já não com o “portador” do pão, mas como o próprio pão que Deus quer oferecer ao seu Povo para lhe saciar a fome e a sede de vida eterna (35).

 

II. Meditação do Evangelho (o que o texto me diz?)

O que Deus falou com você neste Evangelho? ________________

·         A multidão estava entusiasmada porque entendeu o sinal de Jesus de forma errada. Precisamos vigiar a nossa vida e as nossas motivações. Muitas vezes estamos equivocados. Buscamos em Jesus apenas os bens para este mundo sem a devida preocupação com a salvação e a vida eterna.

·         O Jesus sabia da motivação errada das multidões. Ele conhece a verdade do nosso coração e sabe se procuramos a salvação eterna ou apenas entretenimento religioso.

·         Muitas vezes não percebemos os sinais de Deus em nossa vida e tomamos atitudes erradas. Precisamos vigiar nossos sentimentos e percepções.

·         Nem todos que procuram Jesus, o procuram para alcançar a vida eterna e ter uma vida em santidade. Procuram apenas pelos benefícios terrenos.

·         Precisamos fazer as seguintes perguntas: Estamos procurando fazer a vontade de Deus ou caçando os nossos próprios interesses?

·         Devemos buscar saciar a fome material e a cura para as nossas enfermidades, sem esquecer o essencial que é a nossa santidade e a nossa salvação eterna.

·         Mais importante do que comer o pão multiplicado, é comer o Pão do Céu que é o próprio Jesus.

·         Temos uma fome espiritual que o pão multiplicado nunca poderá saciar.

 

III. Orando o Evangelho (O que digo a Deus?)

            Faça uma oração baseada no Evangelho meditado:_____________

 

Senhor. Desejamos te seguir como o nosso Pão que veio do Céu. Que a nossa fome seja fazer a Tua vontade. Que nosso seguimento não seja por interesses terrenos e mundanos, mas que desejamos, em todo o tempo, fazer a tua vontade e viver em santidade. Retira as motivações erradas do nosso coração e estabeleça o princípio de honra ao Pão vivo que desceu do céu. Que não estejamos te seguindo pelos benefícios materiais e terrenos, mas por causa da mensagem transformadora do Seu Evangelho. Por Jesus Cristo, nosso Pão Espiritual, na comunhão com o Espírito Santo. Amém.

 

IV. Qual o compromisso que assumirei depois desta meditação na Palavra de Deus?

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Conclusão:

            Hoje, muitas igrejas evangélicas promovem a motivação errada. Multidões estão seguindo Jesus, não pelo seu messianismo, mas pelo pão que perece. Podemos levar a cura divina e a solução de Deus para todos os problemas, mas precisamos apontar para a vida eterna e para a santidade que Ele tem a nos ofertar. Que sejamos discípulos guiados pela motivação que agrada o coração de Jesus.

 

 

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