quinta-feira, 31 de outubro de 2024

Evangelho do 31º Domingo Comum - O Principal de Todos os Mandamentos - Marcos 12.28-34

 




31º Domingo Comum

O Principal de Todos os Mandamentos

Marcos 12.28-34

 

O Evangelho de hoje nos levará ao essencial da fé. Diante de tantas ordenanças religiosas e divisões denominacionais, o que realmente é importante? Na Lei de Deus existe uma Lei que precisa vir em primeiro lugar? Hoje iremos aprender sobre o principal de todos os Mandamentos.

 

I. Leitura do Evangelho (O que o texto diz?)

O que relata o texto do Evangelho?_______

 

O Evangelho deste domingo situa-nos já em Jerusalém, no centro da cidade onde vão dar-se os últimos passos desse caminho que Jesus vem percorrendo, com os discípulos, desde a Galileia.

O ambiente é tenso. Algum tempo antes, Jesus expulsara os vendilhões do Templo (cf. Mc 11,15-18), acusando os líderes judaicos de terem feito da “casa de Deus um covil de ladrões”; logo de seguida, contara a parábola dos vinhateiros homicidas (cf. Mc 12,1-12), acusando os dirigentes de se oporem, de forma continuada, à realização do plano salvador de Deus. Os líderes judaicos, convencidos de que Jesus era irrecuperável, tinham tomado decisões drásticas: Ele devia ser preso, julgado, condenado e eliminado. Fariseus, Herodianos (cf. Mc 12,13) e até saduceus (cf. Mc 12,18), procuram estender armadilhas a Jesus, a fim de surpreendê-lo em afirmações pouco ortodoxas, que pudessem ser usadas em tribunal para conseguir uma condenação. As controvérsias sobre o tributo a César (cf. Mc 12,13-17) e sobre a ressurreição dos mortos (cf. Mc 12,18-27) devem ser situadas e compreendidas neste contexto.

Neste ambiente, aparece um escriba que pergunta a Jesus qual era o maior Mandamento da Lei. A questão não foi posta a Jesus para embaraçá-lo ou pôr à prova. O escriba que coloca a questão parece ser um homem sincero e bem intencionado, genuinamente preocupado em estabelecer a hierarquia correta dos mandamentos da Lei.

De fato, a questão do maior mandamento da Lei não era uma questão pacífica e tornou-se, no tempo de Jesus, objeto de debates intermináveis entre os fariseus e os doutores da Lei.

A preocupação em atualizar a Lei, de forma a que ela respondesse a todas as questões que a vida do dia a dia punha, tinha levado os doutores da Lei a deduzir um conjunto de 613 preceitos, dos quais 365 eram proibições e 248 ações a pôr em prática.

Esta “multiplicação” dos preceitos legais lançava, evidentemente, a questão das prioridades: todos os preceitos têm a mesma importância, ou há algum que é mais importante do que os outros?

É esta a questão que é posta a Jesus.

O escriba, tendo ouvido as discussões, sinceramente lhe pergunta (28): “Qual é o principal de todos os mandamentos”?

Jesus começa citando o primeiro versículo do “Shema”, que é a grande profissão de fé que todo o judeu recita no início e no fim do dia (cf. Dt 6.4-5).

Ele diz (29,30): “O principal é: Ouve, ó Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor! Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força”.

O Senhor declara solenemente que o primeiro mandamento é se voltar para Deus em um total amor. Amor que alcança todas as dimensões: coração, alma, entendimento e força.

O segundo é (vem em segundo lugar) (31): “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (cf. Lv 19.17,18). 

O Senhor conclui dizendo: “Não há outro mandamento maior do que estes”.

O Escriba fica feliz com a resposta do Senhor (32-33). Ter Deus como único Senhor, amar a Deus e ao próximo, excedem a todos os sacrifícios e holocaustos.

            É neste momento que o Senhor percebe que o Escriba estava em processo de conversão e lhe diz (34): “Não estás longe do reino de Deus”.

 

II. Meditação do Evangelho (o que o texto me diz?)

O que Deus falou com você neste Evangelho? ____

 

·         O Escriba, em meio a tantas discussões, fez a pergunta certa e sincera. Precisamos ter esta sabedoria para não envolvermos em polêmicas. Precisamos nos aproximar de Jesus para aprender e adorar. Esta é a nossa missão quando vamos à igreja.

·         Não podemos nos aproximar de Jesus para colocá-lo a prova, mas para humildemente, aprendermos com Ele.

·         Deus precisa ver sinceridade e honestidade em nosso coração.

·         Precisamos gastar tempo com o que realmente importa: Amar a Deus e ao próximo.

·         O Shemá precisa ser minha confissão de fé diária. Não posso fazer de nada um “deus” em minha vida. Somente o Senhor é Deus.

·         Preciso amar a Deus integralmente: de todo o coração, de toda a alma, de todo o entendimento e de toda a força.

·         O meu amor a Deus precisa se estender no meu amor ao próximo. Tenho ter pelo próximo a mesma misericórdia que eu tenho para comigo mesmo. Tenho que Amar a Deus como a mim mesmo.

·         Tenho que ter a percepção de que muitas pessoas não cristãs estão próximas do Reino de Deus. Precisam apenas da minha ajuda e amor.

 

III. Orando o Evangelho (O que digo a Deus?)

Faça uma oração baseada no Evangelho meditado:_____________

 

Senhor. Dá-me sabedoria para que em meios a tantas polêmicas religiosas e políticas, eu possa me aproximar do Senhor com um coração sincero buscando aprender de ti e te adora-lo. Não desejo me aproximar do Senhor para coloca-lo a prova, mas para receber as instruções certas para a minha vida. Que o Senhor veja a sinceridade e honestidade em meu coração. Quero investir a minha vida em amar a Deus e ao próximo como a mim mesmo. Que o Shema esteja sempre em meu coração e em minha boca. E eu seja um adorador de verdade. Em nome de Jesus, seu Filho amado, na unidade do Espírito Santo. Um Único Deus agora e sempre. Amém.

 

IV. Qual o compromisso que assumirei depois desta meditação na Palavra de Deus?

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Conclusão:

            Nossa vida cristã, como discípulos do Senhor, precisa está baseada nestas três palavras de Jesus: ter o Senhor como o único Deus, amar a Deus de todo coração, alma, entendimento e força; e amar o próximo como a nós mesmos. Caminhando neste trilho seremos pessoas perfeitas segundo a graça do Senhor. Somente pela graça somos salvos.

 

terça-feira, 22 de outubro de 2024

Evangelho do 30º Domingo Comum - Ano B - “Que queres que eu te faça”? - Marcos 10.46-52

 


30º Domingo Comum

“Que queres que eu te faça”?

Marcos 10.46-52

 

O Senhor Jesus saiu da Galiléia em direção a Jerusalém para o seu sofrimento, morte e paixão. Em Jerusalém seria a consumação do seu ministério. A cidade Jericó é a última parada neste caminho. Na caminhada o Senhor vai ensinando os discípulos os valores do Reino, mas parece que eles ainda estão cegos para a mensagem do Senhor. É neste contexto que ocorre a cura do cego Bartimeu como um ensino importante para a vida dos discípulos que iriam assumir a missão de Jesus. 

 

I. Leitura do Evangelho (O que o texto diz?)

O que relata o texto do Evangelho?_______

 

Para chegar a Jerusalém, os peregrinos judeus que vinham da Galiléia, tinham que passar por Jericó. Isso era necessário para contornarem a terra dos Samaritanos. Os judeus não entravam no país dos Samaritanos.

Quando o Senhor está saindo de Jericó com os seus discípulos e numerosa multidão, passam por um cego chamado Bartimeu que estava assentado à beira do caminho (46).

Isso demonstra a posição social de Bartimeu. Era cego e pobre, por isso estava à beira do caminho pedindo esmolas.

Os “cegos” faziam parte do grupo dos excluídos da sociedade palestina de então. As deficiências físicas eram consideradas – pela teologia oficial – como resultado do pecado. Segundo a concepção da época, Deus castigava de acordo com a gravidade da culpa. A cegueira era considerada o resultado de um pecado especialmente grave: uma doença que impedisse o homem de estudar a Lei era considerada uma maldição de Deus por excelência. Pela sua condição de impureza notória, os cegos eram impedidos de servir de testemunhas no tribunal e de participar nas cerimônias religiosas no Templo.

Contudo, Bartimeu já sabia quem era Jesus e o que o Senhor poderia fazer em sua vida. Quando ouviu que Jesus estava passando, aproveitou para clamar (gritar em alta voz) (47): “Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim”!

Ele reconhece que Jesus é o messias, o Filho de Davi (um título atribuído ao Messias dos judeus); e pede Sua compaixão para ser curado. Desta forma, ele admite que o Senhor Jesus poderia curar qualquer enfermidade.

As pessoas ficaram incomodadas com aqueles gritos e o repreenderam para que calasse.

Mas ele ignora as repreensões, não se abate e grita ainda mais alto (48): “Filho de Davi, tem misericórdia de mim”!

Esta insistência e aumento no volume do clamor fizeram com que o Senhor Jesus parasse e o mandasse chamar.

As pessoas chamam Bartimeu dizendo (49): “Tem bom ânimo; levanta-te, ele te chama”.

Bartimeu tinha uma capa que simbolizava sua posição de doente e mendigo. Ele, alegre e empolgado, (50) “lançando de si a capa, levantou-se de um salto e foi ter com Jesus”. Literalmente ele jogou fora sua “muleta”, sua capa, e partiu para receber o que sabia, pela fé, que iria receber.

 A capa podia estar colocada debaixo do cego, como almofada, ou nos seus joelhos, para recolher as moedas que lhe atiravam; em qualquer caso, a capa é tudo o que um mendigo possui, a única coisa de que ele pode separar-se (outros deixaram o barco, as redes ou a banca onde recolhiam impostos). O deitar fora a capa significa, portanto, o deixar tudo o que se possui para ir ao encontro de Jesus. É um corte radical com o passado, com a vida velha, com a anterior situação, com tudo aquilo em que se apostou anteriormente, a fim de começar uma vida nova ao lado de Jesus.

O Senhor, para ensinar os discípulos, precisa saber se ele queria uma esmola ou a cura. Por isso o Senhor lhe pergunta (51) “Que queres que eu te faça”?

Bartimeu já havia feito sua escolha. Não desejava mais viver a vida passada dependendo da esmola dos outros. Ele não aceitou esmolas. Sua resposta é (51): “Mestre, que eu torne a ver”.

Jesus sabia que a cura foi realizada pela fé de Bartimeu. A fé o fez ficar, imediatamente curado, e o fez seguir Jesus estrada a fora. Jesus lhe diz (52): “Vai, a tua fé te salvou”.

 

II. Meditação do Evangelho (o que o texto me diz?)

O que Deus falou com você neste Evangelho? ____

 

·         Muitas vezes somos cegos para perceber as coisas de Deus em nossa vida. Assim estavam os discípulos com relação ao ministério do Senhor.

·         Bartimeu grita porque sabia quem era Jesus e o que ele poderia fazer em sua vida. Se eu conheço quem é Jesus, eu irei clamar com segurança. Só ele é a minha esperança. Não posso perder a minha oportunidade. Bartimeu aproveitou a oportunidade, pois Jesus nunca mais iria passar por Jericó.

·         Preciso me aproximar de Jesus sabendo que Ele pode todas as coisas.

·         Não posso esperar que as pessoas e minha família entenda minha fé. Talvez até poderei ser repreendido para calar. Mas preciso insistir e buscar tudo que Deus tem colocado em minha frente.

·         A minha fé poderá enfrentar obstáculos e irritar (incomodar) as pessoas incrédulas. Mas seguirei o caminho da fé com maior força assim como Bartimeu.

·         O meu clamor tem o poder de parar Jesus em meu favor.

·         Preciso falar aos que sofrem: “Tem bom ânimo; levanta-te, ele te chama”.

·         Preciso me desprender das minhas capas. Não posso seguir Jesus levando a garantia da capa.

·         Preciso ser especifico em minha oração. Jesus me pergunta hoje: “Que queres que eu te faça”?

·         Os milagres de Deus em minha vida serão realizados pela minha fé. Por isso o meu maior investimento precisa ser no aumento da minha fé pela leitura da Palavra e pela oração.

 

III. Orando o Evangelho (O que digo a Deus?)

Faça uma oração baseada no Evangelho meditado:_____________

 

Senhor. Ajuda-me em minhas fraquezas. Tenha compaixão de mim. Que eu tenha a fé de Bartimeu para gritar e clamar pelo Senhor sem se incomodar com os incomodados. Não me deixes perder minha oportunidade. Sei que o Seu Filho pode todas as coisas e o buscarei com toda a minha fé e perseverança. Que eu leve bom animo para as pessoas que sofrem apresentando Jesus como a única solução. Que eu me desprenda de minhas capas do passado e siga o Senhor sem segurança humana. Que eu seja específico em minhas orações e venha sempre orar com fé. Por Jesus Cristo, teu filho amado, na Unidade do Espírito Santo. Amém.

 

 

IV. Qual o compromisso que assumirei depois desta meditação na Palavra de Deus?

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Conclusão:

            Hoje ouvimos o Senhor nos falar: “Que queres que eu te faça”? Que possamos ser específicos em nossas orações e viver a fé, independente das vozes contrarias que nos tentam calar. A bênção é nossa e não podemos parar por causa dos outros. Pelo contrário, devemos ser vozes de esperança (“Tem bom ânimo; levanta-te, ele te chama”) e levar muitas vidas a Cristo. Que a nossa santidade faça com que venhamos nos desprender de todas as “capas” do passado. Que vivamos uma vida de fé radical em Nome de Jesus.

terça-feira, 15 de outubro de 2024

Evangelho do 29º Domingo Comum - Servos no Modelo do Senhor Jesus - Marcos 10.35-45

 



29º Domingo Comum

Servos no Modelo do Senhor Jesus

Marcos 10.35-45

 

O Evangelho de hoje revela o equivoco de todos os apóstolos. Enquanto Jesus caminha para Jerusalém, para sofrer e morrer, os apóstolos caminham na esperança de que o Senhor iria expulsar o opressivo Império Romano e estabelecer um reino político.

A Visão do Senhor Jesus era espiritual e a dos discípulos era social e política. Eles ainda não sabiam o que significava ser Servo no Modelo do Senhor Jesus.

 

I. Leitura do Evangelho (O que o texto diz?)

O que relata o texto do Evangelho?_______

 

Jesus está caminhando para Jerusalém ao encontro do projeto do Pai. Lá Ele seria o Cordeiro de Deus imolado na cruz pela nossa salvação.

Contudo, na mente de todos os discípulos, o Senhor Jesus estava indo estabelecer um reino político (o reino messiânico).

Na esperança dos judeus, o messias (o Cristo) viria para estabelecer uma nova nação para Israel que estava oprimida pelo Império Romano.

O reino de Judá foi destruído pela Babilônia (599 aC) e o Reino de Israel foi destruído pela Assíria em (720aC). A Terra de Israel depois foi ocupada pela Pérsia, pelos Gregos e agora, na época de Jesus, estava ocupada e dominada pelos romanos.

Na esperança messiânica, o messias de Israel viria para aniquilar este domínio e reinar em Jerusalém no trono de Davi.

É baseado nesta falsa expectativa que todos os discípulos se dirigiram para Jerusalém. Por isso também que todos eles ficaram decepcionados com a morte de Jesus. Observe a fala dos caminhantes de Emaús em Lucas 24.21: “Ora, nós esperávamos que fosse ele quem havia de redimir a Israel; mas, depois de tudo isto, é já este o terceiro dia desde que tais coisas sucederam”.

É neste caminho que está o pedido de Tiago e João. Pedem por cargos neste Império Messiânico que Jesus iria estabelecer (35): “Mestre, queremos que nos concedas o que te vamos pedir”. (37) “Permite-nos que, na tua glória, nos assentemos um à tua direita e o outro à tua esquerda”.

Para eles, a glória de Jesus seria o estabelecimento do Império Messiânico na Terra (isso acontecerá somente no Milênio).

Eles não sabiam o que estavam pedindo, porque desconheciam qual seria a glória de Jesus: o cálice do sofrimento e o batismo da morte.

Quando eles afirmaram que podiam beber este cálice e receber este batismo, novamente não sabiam o que estavam falando.

Jesus então profetiza que ambos seriam martirizados (39): “Bebereis o cálice que eu bebo e recebereis o batismo com que eu sou batizado”.

Tiago foi o primeiro a beber o cálice. (At 12.1-2). Tiago morreu pela espada, a mando do rei Herodes. João por sua vez, foi levado cativo para a Ilha de Patmos e depois queimado vivo com azeite quente. Ambos foram testemunhas com sofrimento.

No Reino do Céu, Deus já havia estabelecido quem iria sentar a direita de Jesus e a sua esquerda (40): “quanto, porém, ao assentar-se à minha direita ou à minha esquerda, não me compete concedê-lo; porque é para aqueles a quem está preparado”.

O pedido dos dois discípulos refletia o desejo egoísta dos doze. Os dez acharam que Tiago e João fossem receber esta honraria em Jerusalém e ficaram com ciúmes (41): “Ouvindo isto, indignaram-se os dez contra Tiago e João”.

Eles ainda não sabiam o que significava ser discípulo e líder no ministério do Senhor.

No modelo de liderança do Senhor só existe um significado: serviço.

A hierarquia do Reino de Deus não segue a hierarquia humana.  Jesus diz (42): “Sabeis que os que são considerados governadores dos povos têm-nos sob seu domínio, e sobre eles os seus maiorais exercem autoridade”.

Para seus discípulos, o Senhor tem outra visão (43,44): “Mas entre vós não é assim; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós será servo de todos”.

Os discípulos estavam indo para Jerusalém equivocados. Estavam atrás de cargos e posições políticas (e eclesiástica). Ainda não conheciam o que significava Liderança Servidora. Jesus se apresenta como o modelo desta nova visão (45): “Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos”.

 

II. Meditação do Evangelho (o que o texto me diz?)

O que Deus falou com você neste Evangelho? ____

 

·         Muitas vezes nos equivocamos com relação ao Reino de Deus. Hoje vemos um Evangelho equivocado sendo pregado.

·         Nossa esperança no Senhor pode estar totalmente enganada.

·         Quando nossas expectativas estão equivocadas, o resultado é a decepção.

·         Quando não entendemos os projetos de Jesus, até nossas orações são erradas. Jesus pergunta: Que quereis que vos faça? E a gente pede tudo errado.

·         Muitas vezes estamos correndo atrás de cargos e destaques na Igreja. Queremos ser líderes para aparecer e ter status. Queremos que o nosso nome seja “soprado” para cima, para os holofotes da igreja e do mundo. Buscamos ser estrelas inúteis.

·         Muitas vezes queremos o poder de “sentar a direita e a esquerda” do Senhor para ter domínio sobre os outros. 

·         Quando não conhecemos o Evangelho, pedimos o que não sabemos.

·         Existem coisas que já estão estabelecidas e não compete a nós pedir: (40): “quanto, porém, ao assentar-se à minha direita ou à minha esquerda, não me compete concedê-lo; porque é para aqueles a quem está preparado”.

·         Muitas vezes a minha oração expressa o meu desejo egoísta.

·         Preciso aprender que no modelo de liderança do Senhor só existe um significado: serviço.

·         A hierarquia do Reino de Deus não segue a hierarquia humana. 

·         Deus deseja que eu seja um servidor no reino. Apenas um servidor.

·         O líder é aquele que consegue ser servo de todos.

·         Meu modelo precisa ser o Senhor Jesus: “Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos”.

III. Orando o Evangelho (O que digo a Deus?)

Faça uma oração baseada no Evangelho meditado:_____________

 

Senhor. Muitas vezes tenho me equivocado com relação ao Teu Reino. Minha esperança tem sido mundana e minhas expectativas tem me levado à decepção. Ajuda-me a ter a visão correta da liderança servidora. Que eu não procure cargos e posições, mas que queira, sinceramente, ser Teu servo, santo e humilde no trabalho da Tua seara. Muitas vezes minhas orações tem expressado o desejo egoísta do meu coração. Quero aprender com o Teu Filho a ser o que o Senhor deseja de mim. Quero ser um servo fiel em todas as áreas. Que meu coração esteja sempre aberto para servir na Tua obra e Te adorar. Por Jesus Cristo, nosso Senhor, na Unidade do Espírito Santo. Amém

 

IV. Qual o compromisso que assumirei depois desta meditação na Palavra de Deus?

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Conclusão:

            Hoje o Senhor está nos perguntando (36) “Que quereis que vos faça”? Que possamos aproveitar a oportunidade para pedirmos a graça de sermos servos fiéis ao projeto do Evangelho. Ele, somente Ele, sabe o que é melhor para cada um de nós e nossa missão é única: “sermos servos no modelo do Senhor Jesus”.

 

segunda-feira, 7 de outubro de 2024

Evangelho do 28º Domingo Comum O que me falta ainda? Marcos 10.17-30

 


28º Domingo Comum

O que me falta ainda?

Marcos 10.17-30

 

O Evangelho do 28º Domingo do Tempo Comum convida-nos a refletir sobre as escolhas que fazemos e recorda-nos que é preciso, por vezes, renunciar a certos valores perecíveis, a fim de adquirir os valores da vida verdadeira e eterna. Ele fala das escolhas que teremos que fazer diante das propostas do mundo e das propostas de Deus.  A pergunta que tenho que fazer a Deus é: O que me falta ainda?

 

I. Leitura do Evangelho (O que o texto diz?)

O que relata o texto do Evangelho?_______

 

Um homem, não sabemos seu nome, foi ao encontro de Jesus, se ajoelhou e perguntou sobre como herdar a vida eterna. Ele tinha uma legítima preocupação sobre sua salvação e sabia quem era Jesus. Foi reverente e piedoso.  Ele pergunta (17): “Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna”?

Ele tem, inclusive, a revelação de que Jesus era Deus, pois o chama de “Bom”, palavra que só poderia ser direcionada a Javé. Como ele descobriu esta verdade? Jesus admirado o pergunta (18) “Por que me chamas bom? Ninguém é bom senão um, que é Deus”.

O primeiro caminho para a vida eterna era guardar os mandamentos de Deus. “Sabes os mandamentos” (19).

            Este homem era piedoso e fiel aos mandamentos. Ele responde com segurança (20): “Mestre, tudo isso tenho observado desde a minha juventude”.

            Ele cria em Deus e cumpria com todas as ordenanças da Lei de Moisés. Era fiel, zeloso e correto.

            Mas Jesus sabia que existia uma falha em seu coração que não aparecia nos ritos religiosos. Ele sofria de ganância e amor ao dinheiro.

            Era só isso que faltava. Ele era bem dizer, “perfeito”. Jesus o ama e diz (21): “Só uma coisa te falta. Vai, vende tudo o que tens, dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu; então, vem e segue-me”.

            Mesmo amando os mandamentos e sendo piedoso, ele ainda não possuía um tesouro no céu. Jesus então o convida a se desprender de tudo, abençoar os pobres e segui-lo como discípulo. Foi um convite feito em amor. 

            Contudo, a ganância e o amor aos bens materiais ocupavam todo seu coração. Ele ficou contrariado com estas palavras e retirou-se triste “porque era dono de muitas propriedades”.

            Jesus olha ao redor e diz aos discípulos que, quem tem riquezas, dificilmente entrarão no reino de Deus (23). Como os discípulos estranharam estas palavras de Jesus, ele repete com mais clareza (24): “Filhos, quão difícil é [para os que confiam nas riquezas] entrar no reino de Deus! É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus”.

            No pensamento judaico, todo homem deve viver e lutar para adquirir muitas riquezas. Isso estava intrínseco no coração dos discípulos. Por isso ficam espantados e dizem entre si (26): “Então, quem pode ser salvo”?

            Jesus deixa claro aos discípulos que para o homem se desprender das riquezas é impossível, mas para Deus tudo é possível. Deus opera e muda o coração de homens ricos e pobres. Para Deus esta mudança no coração humano é possível.

            Pedro então lembra que, o que Jesus estava dizendo foi uma verdade em sua vida. Ele mesmo experimentou o desprendimento de uma forma sobrenatural (28): “Eis que nós tudo deixamos e te seguimos”.

            Jesus então deixa claro que não estava chamando ninguém para a miséria, mas para o suprimento que vem, não do amor ao dinheiro, mas da fé. Ele diz (29,30): “Em verdade vos digo que ninguém há que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou mãe, ou pai, ou filhos, ou campos por amor de mim e por amor do evangelho, que não receba, já no presente, o cêntuplo de casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições; e, no mundo por vir, a vida eterna”.

 

II. Meditação do Evangelho (o que o texto me diz?)

O que Deus falou com você neste Evangelho? ____

·         Muitas pessoas são reverentes, piedosas e possui uma legitima preocupação com a vida eterna, mas ainda assim tem pecados escondidos em seu coração e lhe deixarão fora do céu.

·         Minha ortodoxia (doutrina certa) não garante minha salvação. Somente o novo nascimento. O homem rico sabia que Jesus era Deus, mas não possuía o tesouro no céu.

·         Posso ser fiel aos mandamentos de Deus e ainda assim ter o coração em pecado.

·         Preciso ouvir a voz de Jesus dizendo: uma coisa te falta. Só Ele sabe o que está em meu coração. Muitas vezes eu não tenho discernimento sobre a real situação da minha vida espiritual. 

·         Quando não desejamos obedecer a Deus, ficamos contrariados com as exortações da Palavra.

·         Ser confrontado por causa do pecado causa tristeza e podemos, inclusive, perder a oportunidade de salvação.

·         O amor ao dinheiro é um pecado que cega os corações e as mentes. É impossível ser salvo com o amor ao dinheiro. Quem tem amor ao dinheiro não consegue nem dizimar.

·         Somente Deus tem o poder de mudar um coração ganancioso.

·         Quem escolhe viver o Evangelho de Deus terá todos os suprimentos necessários para uma vida digna e correta.

 

III. Orando o Evangelho (O que digo a Deus?)

Faça uma oração baseada no Evangelho meditado:_____________

Senhor. Retira o pecado do meu coração. Desejo ser piedoso e reverente. Desejo viver os teus mandamentos com um coração realmente novo. Não desejo ter apenas a doutrina correta, mas que eu possua o tesouro no céu. Revela o que ainda falta em minha vida. Preciso de discernimento, pois diante dos meus próprios olhos não consigo analisar minha própria vida. Que o meu coração se alegre com as suas exortações. Que eu aceite ser confrontado e tenha humildade para obedecer. Que eu não tenha amor e ganância pelo dinheiro. Sei que se eu escolher viver a radicalidade do Evangelho, terei todos os suprimentos necessários para a minha vida. Por Jesus Cristo, nosso Senhor, na unidade com o Espírito Santo. Um só Deus agora e sempre. Amém. 

 

IV. Qual o compromisso que assumirei depois desta meditação na Palavra de Deus?

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Conclusão:

O homem que apareceu neste Evangelho foi um piedoso observante da Lei; mas não teve coragem para renunciar às suas seguranças humanas, aos seus esquemas feitos, aos bens terrenos que lhe escravizam o coração. A sua incapacidade para assumir a lógica do dom, da partilha, do amor, da entrega, tornam-no inapto para o Reino. O Reino é incompatível com o egoísmo, com o fechamento em si próprio, com a lógica do “ter”, com a obsessão pelos bens deste mundo. Este Evangelho me leva a refletir sobre a minha total disposição em seguir o projeto do Reino de Deus em detrimento aos meus próprios projetos humanos e materiais. Aceitar Jesus e viver o Evangelho exige mais do que religiosidade, exige renúncia e coragem.

 

terça-feira, 1 de outubro de 2024

Evangelho do 27º Domingo Comum - Ano B - A Vontade Perfeita de Deus para o Casamento - Marcos 10.2-16

 



27º Domingo Comum

A Vontade Perfeita de Deus para o Casamento

Marcos 10.2-16

 

O Evangelho do 27º Domingo do Tempo Comum (Ano B) apresenta como tema principal, o projeto ideal de Deus para o homem e para a mulher: formar uma comunidade de amor, estável e indissolúvel, que os ajude mutuamente a realizarem-se e a serem felizes. Esse amor, feito doação e entrega, será para o mundo um reflexo do amor de Deus.

Homens e mulheres são convidados a viverem em comunhão total um com o outro, dando-se um ao outro, partilhando a vida um com o outro, unidos por um amor que é mais forte do que qualquer outro vínculo. O fracasso dessa relação não está previsto nesse projeto ideal de Deus. O amor de um homem e de uma mulher que se comprometem diante de Deus e da sociedade deve ser um amor eterno e indestrutível, que é reflexo desse amor que Deus tem pelos homens. Este projeto de Deus não é uma realidade inatingível e impossível: há muitos casais que, dia a dia, no meio das dificuldades, lutam pelo seu amor e dão testemunho de um amor eterno e que nada consegue abalar.

 

I. Leitura do Evangelho (O que o texto diz?)

O que relata o texto do Evangelho?_____

Despedindo-se definitivamente da Galileia, Jesus continua o seu caminho para Jerusalém, ao encontro do seu destino final. O episódio de hoje situa-nos “na região da Judeia, para além do Jordão” (v.1) – isto é, no território transjordânico da Pereia, território governado por Herodes Antipas, o mesmo que havia assassinado João Batista quando este o criticou por haver abandonado a sua esposa legítima.

Aqui entram de novo em cena os fariseus, não para escutar as suas propostas, mas para experimentá-lo e para Lhe apanhar uma declaração comprometedora. O assunto seria sobre o matrimonio e o divórcio. O mesmo assunto que levou a morte de João Batista.

A Lei de Moisés permitia o divórcio (leia Dt 24.1), mas não era totalmente clara acerca das razões que poderiam fundamentar a rejeição da mulher pelo marido. A escola de Hillel, na época de Jesus, ensinava que qualquer motivo, mesmo o mais fútil (porque a esposa cozinhava mal ou porque o marido gostava mais de outra), servia para o homem despedir a mulher.

A mulher, por sua vez, era autorizada a obter o divórcio em tribunal somente no caso do marido estar afetado pela lepra ou exercer um ofício repugnante.

A questão dos fariseus era única: “por que a Lei de Moisés permitiu o divórcio”? Jesus responde (5): “Por causa da dureza do vosso coração, ele vos deixou escrito esse mandamento”. O divorcio existe por que fracassamos no amor. A causa é a dureza do nosso coração. Não foi um projeto de Deus, mas uma concessão.

O Senhor Jesus demonstra que este não era o projeto inicial de Deus (6-8). O homem e mulher se casam para ser uma só carne. O Senhor conclui (9): “Portanto, o que Deus ajuntou não separe o homem”.

Os discípulos não entendem Suas palavras. Iam totalmente contra a cultura da época que favorecia o divórcio de forma livre e espontânea. Por isso o interrogaram em casa (10).

O Senhor Jesus apenas acrescenta (11,12): “Quem repudiar sua mulher e casar com outra comete adultério contra aquela. E, se ela repudiar seu marido e casar com outro, comete adultério”.

Esta é a vontade perfeita de Deus para o seu povo.

            Ainda em casa, os pais começaram a levar suas crianças para serem abençoadas por Jesus e os discípulos tentavam impedir.

            O Senhor fica indignado e diz (14-15): “Deixai vir a mim os pequeninos, não os embaraceis, porque dos tais é o reino de Deus. Em verdade vos digo: Quem não receber o reino de Deus como uma criança de maneira nenhuma entrará nele”. Jesus as recebe a abençoa.

As crianças são aqui, uma espécie de contraponto ao orgulho e arrogância com que os fariseus se apresentam a Jesus, bem como à dificuldade que os discípulos revelaram, nas cenas precedentes, para acolher a lógica do Reino… As crianças são simples, transparentes, sem calculismos; não têm prestígio ou privilégios a defender; entregam-se confiadamente nos braços do pai e dele esperam tudo, com amor. Por isso, as crianças são o modelo do discípulo.

O Reino de Deus é daqueles que, como as crianças, vivem com sinceridade e verdade, sem se preocuparem com a defesa dos seus interesses egoístas ou dos seus privilégios, acolhendo as propostas de Deus com simplicidade e amor. Quem não é “criança”, isto é, quem percorre caminhos tortuosos e calculistas, quem não renuncia ao orgulho e auto-suficiência, quem despreza a lógica de Deus e só conta com a lógica do mundo (também na questão do casamento e do divórcio), quem conduz a própria vida ao sabor de interesses e valores efêmeros, quem não aceita questionar os próprios raciocínios e preconceitos, não pode integrar a comunidade do Reino.

 

II. Meditação do Evangelho (o que o texto me diz?)

O que Deus falou com você neste Evangelho? ____

 

·         No mesmo local onde João Batista foi morto por criticar um divorcio e adultério, o Senhor Jesus é confrontado sobre este tema pelos fariseus. As situações se repetem. Nós também somos confrontados sobre muitas situações, a semelhança dos primeiros discípulos do Senhor Jesus.

·         Temos que nos preparar, por que sempre seremos experimentados pelo mundo para testar a nossa fé. Não posso ser um discípulo fraco na conversão.

·         Para as práticas do mundo, a mulher é explorada em todas as formas de violência. Mas para os discípulos de Jesus, o que vale, são valores do Reino de Deus.

·         Existe a vontade perfeita de Deus e a vontade permissiva de Deus. A vontade permissiva de Deus é baseada na dureza do nosso coração. Deus permite que eu faça minhas escolhas erradas. Mas Ele está sempre apontando o caminho certo.  

·         A vontade perfeita de Deus é que o casamento seja uma bênção de amor e tolerância.

·         Não posso impedir que pessoas recebam suas bênçãos. Não posso ser um impedimento assim como foram os discípulos para as crianças.

·         Tenho que receber o reino de Deus como uma criança. A lógica de Deus precisa ser maior do que a lógica do mundo. Uma criança sabe aceitar a vontade de Deus. Assim também devemos saber aceitar as recomendações de Jesus para o casamento.

 

III. Orando o Evangelho (O que digo a Deus?)

Faça uma oração baseada no Evangelho meditado:_____________

 

Senhor. Desejo viver a Tua vontade perfeita em todas as áreas da minha vida. Sei que as situações se repetem e que serei provado em minha fé. Mas não deixa que eu venha fraquejar. Que eu entenda e viva a Tua vontade para o casamento. Que seja sábio e santo em minhas escolhas. Que viva a castidade santa (para os casados: ser fiel ao cônjuge. Para os solteiros: esperar o casamento para ter intimidade com a pessoa que amamos). Que a tua vontade perfeita seja feita em todas as áreas de minha vida e que eu seja simples como uma criança para receber a lógica do Reino de Deus. Em nome de Jesus, teu Filho amado, na Unidade do Espírito Santo. Amém.

 

IV. Qual o compromisso que assumirei depois desta meditação na Palavra de Deus?

 

Conclusão:

            Os fariseus se aproximaram de Jesus com arrogância. Os pais das crianças se aproximaram com humildade. O Senhor ensina uma palavra difícil de ser aceita pela cultura dos discípulos e pela nossa cultura. Mas devemos receber estes ensinamentos como uma criança. Que possamos receber o Reino de Deus como uma criança para que tenhamos a graça de um dia entrar Nele.