27º
Domingo Comum
A Vontade Perfeita de Deus para o Casamento
Marcos 10.2-16
O
Evangelho do 27º Domingo do Tempo Comum (Ano B) apresenta como tema principal,
o projeto ideal de Deus para o homem e para a mulher: formar uma comunidade de
amor, estável e indissolúvel, que os ajude mutuamente a realizarem-se e a serem
felizes. Esse amor, feito doação e entrega, será para o mundo um reflexo do
amor de Deus.
Homens
e mulheres são convidados a viverem em comunhão total um com o outro, dando-se
um ao outro, partilhando a vida um com o outro, unidos por um amor que é mais
forte do que qualquer outro vínculo. O fracasso dessa relação não está previsto
nesse projeto ideal de Deus. O amor de um homem e de uma mulher que se
comprometem diante de Deus e da sociedade deve ser um amor eterno e
indestrutível, que é reflexo desse amor que Deus tem pelos homens. Este projeto
de Deus não é uma realidade inatingível e impossível: há muitos casais que, dia
a dia, no meio das dificuldades, lutam pelo seu amor e dão testemunho de um
amor eterno e que nada consegue abalar.
I. Leitura do Evangelho (O que o texto diz?)
O que relata o texto do
Evangelho?_____
Despedindo-se
definitivamente da Galileia, Jesus continua o seu caminho para Jerusalém, ao
encontro do seu destino final. O episódio de hoje situa-nos “na região da
Judeia, para além do Jordão” (v.1) – isto é, no território transjordânico da
Pereia, território governado por Herodes Antipas, o mesmo que havia assassinado
João Batista quando este o criticou por haver abandonado a sua esposa legítima.
Aqui
entram de novo em cena os fariseus, não para escutar as suas propostas, mas
para experimentá-lo e para Lhe apanhar uma declaração comprometedora. O assunto
seria sobre o matrimonio e o divórcio. O mesmo assunto que levou a morte de
João Batista.
A
Lei de Moisés permitia o divórcio (leia Dt 24.1), mas não era totalmente clara
acerca das razões que poderiam fundamentar a rejeição da mulher pelo marido. A
escola de Hillel, na época de Jesus, ensinava que qualquer motivo, mesmo o mais
fútil (porque a esposa cozinhava mal ou porque o marido gostava mais de outra),
servia para o homem despedir a mulher.
A
mulher, por sua vez, era autorizada a obter o divórcio em tribunal somente no
caso do marido estar afetado pela lepra ou exercer um ofício repugnante.
A
questão dos fariseus era única: “por que a Lei de Moisés permitiu o divórcio”?
Jesus responde (5): “Por causa da dureza do vosso coração, ele vos deixou escrito esse
mandamento”. O divorcio existe por que fracassamos no amor. A causa é a dureza
do nosso coração. Não foi um projeto de Deus, mas uma concessão.
O Senhor Jesus demonstra que este não era o projeto
inicial de Deus (6-8). O homem e mulher se casam para ser uma só carne. O
Senhor conclui (9): “Portanto, o que Deus ajuntou não separe o homem”.
Os discípulos não entendem Suas palavras. Iam
totalmente contra a cultura da época que favorecia o divórcio de forma livre e
espontânea. Por isso o interrogaram em casa (10).
O Senhor Jesus apenas acrescenta (11,12): “Quem
repudiar sua mulher e casar com outra comete adultério contra aquela. E, se ela
repudiar seu marido e casar com outro, comete adultério”.
Esta é a vontade perfeita de Deus para o seu povo.
Ainda em casa, os pais começaram a levar suas crianças
para serem abençoadas por Jesus e os discípulos tentavam impedir.
O Senhor fica indignado e diz (14-15): “Deixai vir a mim os
pequeninos, não os embaraceis, porque dos tais é o reino de Deus. Em verdade
vos digo: Quem não receber o reino de Deus como uma criança de maneira nenhuma
entrará nele”. Jesus as recebe a abençoa.
As
crianças são aqui, uma espécie de contraponto ao orgulho e arrogância com que
os fariseus se apresentam a Jesus, bem como à dificuldade que os discípulos
revelaram, nas cenas precedentes, para acolher a lógica do Reino… As crianças
são simples, transparentes, sem calculismos; não têm prestígio ou privilégios a
defender; entregam-se confiadamente nos braços do pai e dele esperam tudo, com
amor. Por isso, as crianças são o modelo do discípulo.
O
Reino de Deus é daqueles que, como as crianças, vivem com sinceridade e
verdade, sem se preocuparem com a defesa dos seus interesses egoístas ou dos
seus privilégios, acolhendo as propostas de Deus com simplicidade e amor. Quem
não é “criança”, isto é, quem percorre caminhos tortuosos e calculistas, quem
não renuncia ao orgulho e auto-suficiência, quem despreza a lógica de Deus e só
conta com a lógica do mundo (também na questão do casamento e do divórcio),
quem conduz a própria vida ao sabor de interesses e valores efêmeros, quem não
aceita questionar os próprios raciocínios e preconceitos, não pode integrar a
comunidade do Reino.
II. Meditação do Evangelho (o que o texto me diz?)
O que Deus falou com você
neste Evangelho? ____
·
No mesmo local
onde João Batista foi morto por criticar um divorcio e adultério, o Senhor
Jesus é confrontado sobre este tema pelos fariseus. As situações se repetem.
Nós também somos confrontados sobre muitas situações, a semelhança dos
primeiros discípulos do Senhor Jesus.
·
Temos que nos
preparar, por que sempre seremos experimentados pelo mundo para testar a nossa
fé. Não posso ser um discípulo fraco na conversão.
·
Para as práticas
do mundo, a mulher é explorada em todas as formas de violência. Mas para os
discípulos de Jesus, o que vale, são valores do Reino de Deus.
·
Existe a vontade
perfeita de Deus e a vontade permissiva de Deus. A vontade permissiva de Deus é
baseada na dureza do nosso coração. Deus permite que eu faça minhas escolhas
erradas. Mas Ele está sempre apontando o caminho certo.
·
A vontade
perfeita de Deus é que o casamento seja uma bênção de amor e tolerância.
·
Não posso impedir
que pessoas recebam suas bênçãos. Não posso ser um impedimento assim como foram
os discípulos para as crianças.
·
Tenho que receber
o reino de Deus como uma criança. A lógica de Deus precisa ser maior do que a
lógica do mundo. Uma criança sabe aceitar a vontade de Deus. Assim também
devemos saber aceitar as recomendações de Jesus para o casamento.
III. Orando o Evangelho (O que digo a Deus?)
Faça uma oração baseada no
Evangelho meditado:_____________
Senhor.
Desejo viver a Tua vontade perfeita em todas as áreas da minha vida. Sei que as
situações se repetem e que serei provado em minha fé. Mas não deixa que eu
venha fraquejar. Que eu entenda e viva a Tua vontade para o casamento. Que seja
sábio e santo em minhas escolhas. Que viva a castidade santa (para os casados:
ser fiel ao cônjuge. Para os solteiros: esperar o casamento para ter intimidade
com a pessoa que amamos). Que a tua vontade perfeita seja feita em todas as
áreas de minha vida e que eu seja simples como uma criança para receber a
lógica do Reino de Deus. Em nome de Jesus, teu Filho amado, na Unidade do Espírito
Santo. Amém.
IV. Qual o compromisso que assumirei depois desta
meditação na Palavra de Deus?
Conclusão:
Os fariseus se aproximaram de Jesus com arrogância. Os
pais das crianças se aproximaram com humildade. O Senhor ensina uma palavra
difícil de ser aceita pela cultura dos discípulos e pela nossa cultura. Mas devemos receber estes ensinamentos como
uma criança. Que possamos receber o Reino de Deus como uma criança para que
tenhamos a graça de um dia entrar Nele.
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