terça-feira, 26 de março de 2019

4º Domingo da Quaresma - Ano C




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4º Domingo da Quaresma
De Volta a Casa do Pai
Lucas 15.1-3, 11-32

O Evangelho de hoje convida-nos à descoberta do Deus do amor, empenhado em conduzir-nos a uma vida de comunhão com Ele. Apresenta-nos o Deus/Pai que ama de forma gratuita, com um amor fiel e eterno, apesar das escolhas erradas e da irresponsabilidade do filho rebelde. E esse amor lá está, sempre à espera, sem condições, para acolher e abraçar o filho que decide voltar. É um amor entendido na linha da misericórdia e não na linha da justiça dos homens.

I. Leitura do Evangelho (O que o texto diz?). O que relata o texto do Evangelho?
O início do Evangelho de hoje, apresenta todos os publicanos e pecadores se aproximando de Jesus para ouvi-lo. O Jesus misericordioso acolhe a todos.
Publicano era o judeu que, traindo sua nação, trabalhava para o Império Romano cobrando impostos, praticando a corrupção e o extorquindo o dinheiro dos mais pobres.
Pecadores eram os judeus que foram para a prostituição, roubo e imoralidades.
Todo o capítulo 15 é dedicado ao ensinamento sobre a misericórdia: em três parábolas, Lucas apresenta um discipulado sobre a bondade e o amor de um Deus que quer estender a mão a todos os que a teologia oficial excluía e marginalizava.
O ponto de partida é a murmuração dos fariseus e dos escribas que, diante da avalanche de publicanos e pecadores que escutam Jesus, comentam: “este homem acolhe os pecadores e come com eles”.
Acolher os publicanos e pecadores é algo de escandaloso, na perspectiva dos fariseus; no entanto, comer com eles, estabelecer laços de familiaridade e de irmandade com eles à volta da mesa, é algo de inaudito.
A conclusão dos fariseus é óbvia: Jesus não pode vir de Deus, pois na perspectiva da doutrina tradicional, os pecadores não podem aproximar-se de Deus. É neste contexto que Jesus apresenta a “parábola do filho pródigo”.
            O pecador é o filho mais novo que não valorizou a casa do Pai. Ele simplesmente diz (12): “Pai, dá-me a parte dos bens que me cabe”. Deixa a casa do Pai, perde todos os seus bens (13), passa necessidade (14) e vai trabalhar cuidando de porcos (15). Não é digno nem de comer a comida dos porcos (16). Na lei hebraica o porco é animal imundo, símbolo de desgraça e da contaminação (conforme Levíticos 11.7,8).
            Contudo, o pecador sente necessidade de voltar para a casa do Pai. Percebe o que perdeu (17): “Quantos trabalhadores de meu pai têm pão com fartura, e eu aqui morro de fome”!
            Com humildade, o pecador reconhece o seu pecado (18) e deseja apenas voltar para a casa do Pai para ser um mero trabalhador (19).
            O Pai é Deus. O Pai das Misericórdias. É o Senhor Jesus que acolhe e come com os pecadores. O Pai o avista, fica compadecido, corre, o abraça e o beija (20).
            O rapaz pecador confessa seu pecado e aceita seu estado de filho sem nenhum direito (21).
            O Pai misericordioso não faz cobranças nem levanta culpas. Apenas o perdoa com as seguintes palavras (22-24): “Trazei depressa a melhor roupa, vesti-o, ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés; trazei também e matai o novilho cevado. Comamos e regozijemo-nos, porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado”.
            O filho mais velho são os fariseus e escribas. Ele fica indignado com a acolhida do Pai que recebe o pecador e come com ele (28). Ele diz ao Pai (29,30): “Há tantos anos que te sirvo sem jamais transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito sequer para alegrar-me com os meus amigos; vindo, porém, esse teu filho, que desperdiçou os teus bens com meretrizes, tu mandaste matar para ele o novilho cevado”.
            Os escribas e fariseus não conseguiam se alegrar com a aproximação dos pecadores arrependidos. A resposta de Jesus para os religiosos foi colocada na boca do Pai da parábola (32): “...era preciso que nos regozijássemos e nos alegrássemos, porque esse teu irmão estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado”.
            Esta alegria de Jesus é demonstrada também ao final da parábola da ovelha perdida  (4-6): 6 “E, indo para casa, reúne os amigos e vizinhos, dizendo-lhes: Alegrai-vos comigo, porque já achei a minha ovelha perdida”. E ao final da parábola da dracma perdida (8-10): “9 E, tendo-a achado, reúne as amigas e vizinhas, dizendo: Alegrai-vos comigo, porque achei a dracma que eu tinha perdido”.
            Jesus deixa claro para os religiosos (7): “Digo-vos que, assim, haverá maior júbilo no céu por um pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento”.

II. Meditação do Evangelho (o que o texto me diz?): O que Deus falou com você neste Evangelho?_______________________________________________________

·         Preciso me perguntar sempre: Tenho valorizado a Casa do Pai?
·         Nenhum prazer ou dinheiro pode ser comparado com a Casa do Pai. Estar na Casa do Pai é maior riqueza.
·         Jesus acolheu pecadores arrependidos. Preciso estar disposto em acolher a todos que desejam o perdão de Deus. Sem fazer acepção de pessoas.
·         A miséria do filho pródigo é a miséria de todos os que um dia se desviaram da casa do Pai.
·         O filho se arrepende e volta. Você precisa se arrepender e voltar hoje para o Senhor?
·         O Pai o recebe como filho. Temos um Pai de amor que nos acolhe mesmo depois do nosso pecado. O caminho de volta está no arrependimento sincero.
·         Deus sempre faz festa com aquele que volta para casa.
·         Não posso ser como o filho mais velho. Tenho que ser misericordioso assim como o Pai é misericordioso.
·         O filho mais velho não valorizava o que tinha e não era feliz com a volta dos pecadores. Precisamos nos alegrar com os desviados que retornam para a casa do Senhor.
·         Precisamos ser parecidos com o Pai. (Lc 6.36): “Sede misericordiosos para com os outros, assim como vosso Pai é misericordioso para convosco”.

III. Orando o Evangelho (O que digo a Deus?): ______________________________
            Senhor. Nos de um coração misericordioso para acolher todos que desejam voltar para a Casa do Pai. Perdoa nossos pecados. Muitas vezes a religião e as tradições dos homens nos faz ficar com o coração duro para receber quem deseja voltar para Tua Casa. Também Senhor, se estamos desviados de Sua casa, nos receba de volta neste dia. Desejamos estar com o Pai. Nunca queremos deixar seu caminho e sua casa novamente. Por Jesus Cristo misericordioso, na unidade do Espírito Santo. Um só Deus agora e sempre. Amém.

IV. Qual o compromisso que assumirei depois desta meditação na Palavra de Deus? _

Conclusão:
Hoje aprendemos sobre o amor misericordioso do Pai. Precisamos trabalhar para trazer de volta todos os filhos pródigos que estão fora da Casa do Pai, sofrendo e rolando entre os porcos. Que sejamos parecidos com o Senhor Jesus que acolhe e come com pecadores arrependidos. Que possamos nos alegrar com os que retornam, sem fazer cobranças ou gerar culpas. Você tem trabalhado para trazer vidas a Casa do Pai?

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